Vingança motivou assassinato de transexual no Paraná, diz polícia - G1

4 years ago 1446
ARTICLE AD BOX

Delegado-chefe de Homicídios de Londrina diz que autor do tiro que atingiu Natasha Galvão foi agredido no dia anterior por ela e por outras travestis. Homem morreu horas depois do homicídio em um confronto com a PM.

Natasha Galvão foi assassinada em Londrina — Foto: Reprodução/RPC

A transexual Natasha Galvão foi baleada e morta em Londrina, no norte do Paraná, por vingança, segundo o delegado-chefe de Homicídios João Batista dos Reis. A conclusão da Polícia Civil foi divulgada nesta terça-feira (6) após depoimentos de testemunhas.

“Não foi um crime de ódio por homofobia ou transfobia e também foi descartado o feminícidio. O homem que atirou na transexual fez isso por vingança, porque no dia anterior foi agredido pela Natasha e por outras quatro ou cinco travestis”, detalhou o delegado.

Natasha Galvão tinha 26 anos e foi morta na Rua Cabo Verde, na esquina com Avenida Leste Oeste. O local é conhecido por ser um ponto de prostituição.

A Polícia Civil informou que a transexual tinha sido presa em 2020 em Maringá por roubo. O autor do crime também tinha várias passagens pela polícia.

Transexual é atingida por tiros em Londrina

Transexual é atingida por tiros em Londrina

Imagens de uma câmera de segurança registraram o crime. Uma caminhonete preta estaciona, o motorista chama por Natasha, que está do outro lado da rua, e quando ela se aproxima do veículo é atingida. Ela corre para pedir por socorro, mas cai alguns metros depois. Ela morreu no local.

Testemunhas passaram informações sobre o veículo para a Polícia Militar. As equipes encontraram a caminhonete na saída para Ibiporã e, segundo a polícia, após o motorista bater o veículo, atirou contra os militares. Houve troca de tiros e o suspeito morreu no local.

Transexual corre para pedir ajuda após ser baleada em Londrina — Foto: PM/Divulgação

Segundo a Polícia Civil, no dia 29 de junho, por volta das 22h40, um dia antes do crime, o autor dos disparos que atingiu Natasha Galvão estava passando pela Rua Cabo Verde e viu um grupo de travestis pressionando uma pessoa contra um muro. Ele parou o carro no meio da via e começou a observar as agressões.

“Natasha vê que elas eram observadas, vai até o carro do autor e como a porta do veículo não estava trancada, ela abre a porta e entra. Os dois começam a discutir. Como Natasha se recusou a sair do carro, o motorista sai”, detalhou o delegado.

Ao deixar o carro, o motorista é cercado por um grupo de travestis e é agredido com socos e pedradas, ainda conforme a Polícia Civil.

“Ele consegue fugir do local, vai em direção à Avenida Leste-Oeste, é perseguido pelo grupo de travestis, é agredido novamente, se desvencilha, corre para o carro dele e, ao deixar o local, tenta atropelar o grupo de travestis”, diz João Batista dos Reis.

No dia seguinte, o homem volta a Rua Cabo Verde com outro carro e atira em Natasha Galvão.

“A Natasha era a única travesti que o agrediu que estava lá, por isso ele a chamou. Por algum motivo, um dia após ela ter agredido ele, Natasha pintou a cor do cabelo. Até no dia 29 de junho ela era loira, mas no dia que foi baleada estava morena”, afirmou o delegado.

O tiro atingiu o peito de Natasha Galvão e saiu pelas costas da transexual, ainda conforme a polícia.

Como o autor do homicídio também morreu após a morte da transexual e não teve mais ninguém envolvido na morte, o delegado-chefe de Homicídios deve concluir o inquérito e logo em seguida deve encaminhar para o Ministério Público para arquivar as investigações.

Newsletter G1Created with Sketch.

O que aconteceu hoje, diretamente no seu e-mail

As notícias que você não pode perder diretamente no seu e-mail.

Para se inscrever, entre ou crie uma Conta Globo gratuita.

Obrigado!

Você acaba de se inscrever na newsletter Resumo do dia.

Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!

Leia o artigo inteiro
LEFT SIDEBAR AD

Hidden in mobile, Best for skyscrapers.