Umbrella Academy: a solução inédita para mostrar transição sexual de ator - VEJA

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 a mudança de gênero não afeta a relação já disfuncional -IRMANDADE TRANS - Luther (Tom Hopper) e Viktor (Elliot Page): a mudança de gênero não afeta a relação já disfuncional - Christos Kalohoridis/Netflix

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Ao descobrir que o grande amor de sua vida morreu, a jovem Vanya encara o próprio reflexo na vitrine de uma barbearia e não se reconhece mais. Com um corte de cabelo mais curto substituindo os longos fios escuros, ela assume sua nova (e real) identidade: agora Vanya é um homem transexual. Ao reencontrar seus irmãos do clã Hargreeves, logo avisa: “É Viktor. Eu sou Viktor. É quem eu sempre fui. Isso é um problema para alguém?”. As cenas da terceira temporada de The Umbrella Academy, já disponível na Netflix, introduzem de forma rápida a transição de gênero do personagem. Mas o alcance da sucinta passagem da série é notável: a transformação de Vanya na tela repete a mudança real vivida por sua intérprete, Ellen Page. Em dezembro de 2020, a atriz sacudiu o mundo do entretenimento ao anunciar sua mudança de sexo: “Meu nome é Elliot”.

Umbrella Academy Volume 1: Suíte do Apocalipse

Na cultuada trama sobre jovens com superpoderes adotados por um bilionário excêntrico, Reginald Hargreeves (Colm Feore), o anúncio de Viktor é recebido a princípio com choque. A estranheza dura só alguns segundos: apesar do relacionamento um tanto disfuncional entre os heróis maluquinhos da Umbrella Academy, todos logo o aceitam. “Estou de boa com isso”, diz Diego (David Castañeda). “Legal, eu também”, emenda Klaus (Robert Sheehan). Número Cinco (Aidan Gallagher) completa: “Eu fico feliz por você, Viktor”.

Umbrella Academy Volume 2: Dallas

A decisão dos criadores de The Umbrella Academy de manter Elliot no elenco é um sinal dos novos tempos no entretenimento. Estúdios e produtores hoje dirigem-se não só a uma plateia mais tolerante com pessoas LGBTQIA+: eles precisam tratar o tema com correção para não incorrer na fúria das redes sociais. Diante da questão criada pelo protagonista fora das câmeras, a Netflix achou uma solução esperta para contornar possíveis saias-justas. Se a série tivesse mantido Elliot no papel de mulher, isso seria considerado uma violência. Se cortassem a personagem da história e demitissem o ator, um movimento de “cancelamento” poderia se formar nas redes, denunciando uma suposta transfobia. Ao abraçar a representatividade, a plataforma ganha aplausos dos fãs progressistas, mas não se livra totalmente dos riscos: em certos países e estados americanos, a ameaça de um boicote do público conservador está sempre à espreita.

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Umbrella Academy Volume 3: Hotel Oblivion

A série inspirada nos quadrinhos de Gerard Way e Gabriel Bá se conserva dinâmica, ditada pela bagunça no espaço-tempo provocada pelos Hargreeves. Mas não há reviravolta capaz de eclipsar o ineditismo da transformação de Viktor/Elliot em cena. Ao fazer a transição, o ator americano de 35 anos deixou para trás uma imagem feminina cristalizada em filmes como Juno (2007), pelo qual foi indicado ao Oscar. Uma nova estrela agora surge — na vida real e na arte.

Publicado em VEJA de 29 de junho de 2022, edição nº 2795

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 Suíte do Apocalipse
Umbrella Academy Volume 1: Suíte do Apocalipse

 Dallas
Umbrella Academy Volume 2: Dallas

 Hotel Oblivion
Umbrella Academy Volume 3: Hotel Oblivion

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