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Aos 92 anos, Tiana, moradora de Governador Valadares, no interior de Minas Gerais, é reconhecida como a travesti mais velha do Brasil e acaba de ter sua trajetória transformada em filme. A história de vida, marcada por resistência, fé e enfrentamento à transfobia, é retratada no documentário Meu Nome é Tiana, já disponível no catálogo da HBO Max.
Negra, de origem humilde e primeira travesti a ganhar visibilidade pública na cidade, Tiana sobreviveu a décadas de exclusão social, violências familiares e preconceito institucional em um país que figura entre os mais violentos do mundo para pessoas trans.
De acordo com informações divulgadas pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), está em andamento uma pesquisa para que Tiana seja reconhecida pelo Guinness World Records como a mulher trans mais velha do mundo. A iniciativa ganha ainda mais relevância diante de um dado alarmante: no Brasil, a expectativa média de vida de travestis e mulheres trans é de cerca de 35 anos.
Segundo a Antra, a longevidade de Tiana representa uma ruptura direta com estatísticas historicamente marcadas por violência, exclusão e morte precoce, transformando sua existência em símbolo de denúncia e, ao mesmo tempo, de celebração.
Violência, trabalho e sobrevivência
A trajetória de Tiana foi atravessada por episódios de violência física e abusos financeiros dentro da própria família. Para sobreviver, trabalhou durante anos como lavadeira e faxineira, enfrentando não apenas a transfobia cotidiana, mas também o contexto repressivo da ditadura militar.
Mesmo diante de um ambiente hostil às identidades trans, Tiana construiu sua vida em Governador Valadares e se tornou referência de dignidade e resistência para a comunidade local e nacional.
Fé e militância no centro da narrativa
O documentário Meu Nome é Tiana apresenta a rotina da protagonista e destaca uma dimensão singular de sua história: a convivência entre a devoção católica e a participação ativa nas causas defendidas pela comunidade LGBTQIAPN+. A obra trata essa combinação com sensibilidade, mostrando como fé e militância se entrelaçam em sua trajetória.
Tiana (Reprodução/Revista Afirmativa)A produção é dirigida por Dafny Bastet e integra a segunda edição do programa Narrativas Negras Não Contadas – Black Brazil Unspoken, iniciativa da Warner Bros. Discovery (WBD Access) voltada ao incentivo de talentos negros no audiovisual brasileiro.


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