Transexuais são condenadas a 32 anos de prisão por extorquir dinheiro, torturar com choque e ameaçar clientes em Rio Verde - Globo

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Além delas, uma motorista de aplicativo também foi condenada por participação nos crimes. Ao todo, cinco vítimas procuraram a polícia; cabe recurso da decisão.

Transexuais são condenadas por extorquir, torturar e ameaçar clientes em Rio Verde

Duas transexuais, de 28 e 33 anos, foram condenadas a 32 anos e seis meses de prisão por extorquir dinheiro, torturar com choque e ameaçar clientes em Rio Verde, no sudoeste de Goiás. Além delas, uma motorista de aplicativo também foi condenada por participação nos crimes. Ao todo, cinco vítimas procuraram a polícia. Cabe recurso da decisão.

Até a última atualização desta reportagem, o g1 não havia obtido contato com as defesas das acusadas para que se posicionem. Desde outubro do ano passado, as trans estão presas. Já a motorista cumpre prisão em regime aberto.

As condenações foram na quinta-feira (14), pela 3ª Vara Criminal de Rio Verde. As transexuais devem responder pelos crimes de extorsão, roubo e associação criminosa. Além disso, elas também deverão reparar os danos causados às vítimas. Já a motorista foi condenada a um ano em regime aberto por ajudar no crime.

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O caso aconteceu em outubro do ano passado. Segundo a denúncia, as transexuais marcavam encontros com as vítimas por aplicativos de relacionamento. Os homens, com idades entre 20 e 35 anos, eram ameaçados, torturados com choque e obrigados a transferir dinheiro para as contas das acusadas.

Uma das vítimas, que não quis se identificar, disse que, na época, foi obrigada a transferir R$ 1,4 mil para as acusadas.

“Uma começou a me torturar e mandou os outros ligar o som, fechar a janela, me fechou em um cômodo e começou a me dar choque para eu fazer a transferência. 'Vou passar para a sua esposa que você sai com travestis, com trans'”, disse a vítima.

Uma das vítimas torturadas e extorquidas pelas transexuais condenadas em Rio Verde, Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

As prisões das trans foram em outubro do ano passado, após uma pessoa registrar ocorrência. Depois disso, policiais civis tentaram abordar o carro das suspeitas e um homem acabou morrendo baleado.

O delegado Carlos Roberto Batista explicou, à época, que o jovem, de 27 anos, que morreu ao ser atingido por tiros dos policiais, era suspeito de integrar a organização que praticava estes crimes de extorsão.

"As transexuais atraíam as vítimas por meio de mensagens em aplicativos, se passando por garotos e garotas de programa. As vítimas se dirigiam aos locais achando que se iam se encontrar com uma mulher e era um homem e vice-versa", detalhou o delegado, à época.

Delegacia de Rio Verde, Goiás — Foto: Ana Paula Azevedo/TV Anhanguera

Segundo o relato de um cliente à Polícia Civil, ele chegou ao local após marcar encontro com uma mulher, mas se deparou com três transexuais e um homem no local indicado. O cliente relatou à PC que foi agredido com socos, chutes e torturado com uma arma de choque.

O delegado Carlos Batista contou ainda que o grupo fez vítimas em Rio Verde e em outros estados.

Depois de atrair as vítimas por meio de aplicativos, as pessoas suspeitas dos crimes criavam uma confusão com as vítimas para iniciar a extorsão. Na maioria das vezes, o conflito era iniciado quando as transexuais alegavam que o cliente era preconceituoso.

"Eles falavam que era por preconceito contra transexual e pediam dinheiro. Clientes relataram transferências de R$ 1,7 mil e R$ 1,5 mil para as suspeitas", esclareceu o investigador.

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