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Eloá Santos foi presa suspeita de roubo no dia 4 de abril, em Arapongas, no norte do estado. Entidade e ativista afirmam que suspeita tem direito a responder pelo crime sem ser discriminada.
A Cadeia Pública de Arapongas — Foto: Mônica Dau/RPC
O Ministério Público do Paraná (MP-PR) ingressou com uma ação para que a polícia investigue o caso de uma mulher trans que teve os cabelos rapados em uma penitenciária depois de ser presa suspeita de roubo, em Arapongas, no norte do Paraná.
Entidades que representam a comunidade LGBTQIA+ afirmam que agentes públicos violaram acordos de direitos humanos, ao qual o Brasil e signatário, além de uma resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que garante direito à vida, integridade física, mental e sexual da população.
O crime aconteceu no dia 4 de abril. Segundo o boletim de ocorrência, a suspeita assaltou uma mulher de 50 anos, em Arapongas. A polícia informou que a mulher trans, que se identifica como Eloá Santos, roubou uma bolsa e estava com uma faca.
Depois da prisão, a suspeita foi encaminhada para a Delegacia de Polícia Civil da cidade, onde foi autuada pelo crime de roubo.
A ativista Renata Borges, que faz parte da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), disse que depois da prisão, Eloá foi registrada com o nome de nascimento. Além disso, a ativista afirma que a presa foi vítima de transfobia.
Renata disse que Eloá veio da Região Norte do Brasil e não possui familiares em Arapongas. Ao saber da prisão e do corte de cabelo, a ativista entrou em contato com as autoridades para questionar a abordagem.
A ativista também explicou sobre a importância do cabelo para mulheres trans, por uma questão de identidade.
Depois da prisão, Renata conversou com membros do Departamento de Polícia Penal do Paraná (Deppen-PR) e conseguiu se encontrar com Eloá. A ativista também fez contato com a mãe dela.
Renata disse ainda que recebeu um convite do órgão para fazer um treinamento com agentes da Polícia Penal do Paraná.
O Ministério Público do Paraná informou que a polícia irá investigar eventual prática de homofobia contra Eloá.
O Departamento de Polícia Penal do Paraná disse que abriu um procedimento administrativo para apurar o caso e que a presa foi colocada em uma carceragem separada, em segurança.
A Defensoria Pública do estado do Paraná (DPE-PR) também abriu uma investigação em relação aos procedimentos adotados durante a prisão e afirmou que Eloá deve ser transferida para a unidade de referência em Rio Branco do Sul nesta quinta-feira (14).
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