Mulher trans fica com bala alojada no rosto após tiro dado por pai de mototaxista - RIC Mais

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Uma mulher transexual levou um tiro no rosto e está com a bala alojada no maxilar desde segunda-feira (21), quando o caso aconteceu em Niterói, no Rio de Janeiro. Conforme o boletim de ocorrência registrado pela vítima, Nycolle Dellveck, de 25 anos, ela alega ter sofrido tentativa de homicídio e foi atacada por transfobia e intolerância religiosa.

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Conforme a irmã da vítima, Giselly Pinto de Sá, de 23 anos, o crime teria se iniciado no sábado (19), na praça São João, no centro da cidade. Um mototaxista teria se recusado a atender Nycolle e uma amiga, também transexual.

“Ele disse que ‘não levaria viado’ em sua garupa”, relata a irmã.

Na segunda-feira (21), a vítima que relatou ser candomblé e fumante, foi abordada pelo pai do criminoso.

“Ele veio pra mim e perguntou: ‘Ah, você gosta de fazer macumba? Você está bem protegida?’ Eu falei que graças a Deus e aos meus orixás eu estou protegida. Ele deu a volta, foi lá no ponto do mototáxi, botou o filho dele pra pilotar a moto e ele veio na garupa. Nessa que levantei a cabeça, tomei um tiro”, diz Nycolle.

Após isso, a vítima fugiu para escapar do segundo disparo. Com os gritos dos vizinhos, os dois escaparam do local de moto.

Nycolle ficou internada no Hospital Estadual Azevedo Lima e recebeu alta na quarta-feira (23). Ela ainda não retirou a bala do maxilar. “O médico disse que não precisa de cirurgia”, disse a irmã.

Conforme ela, o atirador enviou mensagens dizendo que não tinha medo da prisão e que desejava terminar o que iniciou.

Em nota, a Polícia Civil do Rio de Janeiro descreveu que a ocorrência foi registrada na 78ª DP (Fonseca) como tentativa de homicídio provocado por projétil de arma de fogo e está sendo encaminhada para a 76ª DP (Niterói), unidade onde aconteceu o crime. Neste distrito, o processo seguirá em investigação.

De acordo com a irmã, Nycolle já foi agredida por preconceito em outra situação. “Um carro parou quando ela estava perto da favela em que a gente morava. Uns três ou quatro caras botaram ela pra dentro do carro e machucaram ela. Cortaram o cabelo dela e depois a largaram pela BR”, relatou.

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