Unicamp aprova cotas para pessoas trans, travesti e não-binárias

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O Conselho Universitário da Universidade Estadual de Campinas Unicamp (Consu) aprovou nesta terça-feira (01) por unanimidade a implementação de um sistema de cotas nos cursos de graduação para pessoas que se autodeclaram trans, travestis e não-binárias. As vagas serão oferecidas por meio do Edital Enem-Unicamp, tanto os alunos de escolas públicas e privadas podem se inscrever. 

A proposta estabelece que cursos com até 30 vagas deverão reservar uma vaga para essa população, e cursos com mais de 30 vagas deverão ofertar duas vagas. Somando as cotas já existentes voltadas para pretos, pardos e indígenas. O texto foi aprovado com 67 votos favoráveis. 

Os candidatos serão admitidos com base na autodeclaração no momento da inscrição e relato de vida, método que já é utilizado em outras Instituições de Ensino Superior (IES). Esse relato passará por uma análise da comissão de verificação.

As vagas serão oferecidas para os alunos de escolas públicas e privadas podem se inscrever /Foto: Agência Brasil/Thomaz Marostegan-Unicamp

De acordo com a Comissão Permanente para os Vestibulares (Comvest), no vestibular de 2025 houve 279 candidatos inscritos com nome social. Destes, 40 foram chamados. Os cursos mais procurados são Medicina, Artes Visuais e Biologia. Essa proposta resulta de uma articulação entre os movimentos sociais, discentes da universidade e reitoria, após acordo firmado na greve discente de 2023. “Trata-se de mais um momento histórico para nossa Universidade”, declarou o professor José Alves Neto, coordenador da Comvest e membro do Grupo de Trabalho que elaborou a proposta. 

O grupo é composto por 15 integrantes, dentre eles 7 são pessoas trans.  A medida alinha-se às políticas de ações afirmativas da universidade e busca reparar a exclusão histórica da população trans ao ensino superior no Brasil. Atualmente, 13 universidades federais e estaduais utilizam esse sistema de acesso à graduação. A Unicamp é a primeira estadual de São Paulo a adotar a medida.

Segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), apenas 0,3% da população trans e travestis brasileiras está presente no ensino superior. Refletindo a falta de políticas educacionais inclusivas e de acolhimento nas IES.

Leia também: Brasil é o país que mais mata pessoas trans no mundo pelo 16º ano seguido

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