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Evento aberto ao público é nesta sexta (27), às 16h, na Área de Convivência; diversas atividades culturais e artísticas serão apresentadas
De: Redação São Carlos
27 de Janeiro 2023 · 09:39 hs
A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) realiza nesta sexta-feira (27) a primeira edição da Feira da Visibilidade Trans e Travesti. A programação, protagonizada e produzida por pessoas trans, conta com apresentações culturais, exposições artísticas, entre outros.
As apresentações, que começam às 16h, serão na Área de Convivência (palquinho), na área sul do campus. A participação é gratuita e aberta ao público.
A feira é promovida pelo Grupo de Trabalho (GT) "Transformar", composto por estudantes trans, servidoras e servidores trans, e outras pessoas trans da comunidade universitária. O coletivo, que se caracteriza como espaço de acolhimento e articulações, tem levantado dados, realizado debates e ações em torno das demandas e das necessidades relacionadas à permanência estudantil, promoção da saúde integral e cumprimento de direitos, dentre outros temas.
“Pessoas trans são instrumentos potentes de criação em todas as áreas em que se inserem. A Feira é uma possibilidade de valorizá-las, estimulando as suas criações. São homens e mulheres trans e pessoas não-bináries construindo novas narrativas sobre nós, ocupando o palco com arte", disse Ângela Lopes, uma das organizadoras.
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Panorama
Segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), 140 pessoas trans foram assassinadas em 2021. Além disso, a naturalização da marginalização dessa população é uma realidade nacional, com a grande parte de transexuais, transgêneros e travestis vivendo em condições de exclusão social, com pouco acesso a educação, saúde, emprego formal e políticas públicas que atendam às suas necessidades.
De acordo com Ângela Lopes, integrante do GT Transformar e uma das organizadoras da Feira, passa pela universidade pública, gratuita e de qualidade, mudar essa realidade, e a universidade tem sido espaço de acolhimento para quem quer construir novas perspectivas.
"O acesso à educação é fundamental para resgatar a cidadania, a dignidade e para as pessoas trans terem a possibilidade de reescrever suas histórias, numa sociedade que as subjuga à condição de desumanidade. É necessário que se desenvolvam políticas e ações que naturalizem a presença dessas pessoas”, disse.
A Feira de Visibilidade Trans e Travesti faz parte da campanha "Transformação", lançada pela UFSCar. A iniciativa traz uma série de ações que serão desenvolvidas em conjunto com as pessoas transgênero, transexuais e travestis da Universidade. A campanha é composta por diferentes atividades educativas, de conscientização, além de projetos que dão visibilidade e protagonismo para as pessoas trans dentro da UFSCar.
O lançamento aconteceu na reunião do Conselho Universitário, o Consuni, em uma sessão histórica, quando Ângela Lopes, mulher trans, foi empossada como integrante do Conselho. Em mais de 50 anos de história da UFSCar é a primeira vez que uma pessoa trans tem assento no maior órgão deliberativo da instituição. O vídeo com o depoimento na íntegra está disponível no Instagram e YouTube UFSCar Oficial.
Já nesta semana, a UFSCar lança outra série de vídeos educativos sobre sexualidade e gênero. Os conteúdos abordam os assuntos de forma didática, como a diferença entre sexualidade e gênero, a diferença entre esse cisgênero e transgênero, o que é intergênero e o que é não binárie. Os vídeos ainda vão falar sobre temas como respeito ao direito pelo nome social e ao uso do banheiro, além do histórico da comunidade englobada na sigla LGBTQIAPN+.
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