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A Universidade Federal do Rio de Janeiro aprovou, nesta quinta (30), cotas para pessoas trans e travestis. A reunião do Conselho Universitário levou a uma resolução que reserva 2% das vagas para os cotistas. A aprovação leva a medida a ser implementada já no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) que será aberto em janeiro de 2026.
Na reunião, foram abordadas temáticas como a importância da diversidade em universidades públicas. Universidade Federal Fluminense e Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), por exemplo, aprovaram a reserva de vagas para transexuais, travestis e transgêneros em setembro de 2024 e em outubro de 2024, respectivamente.
Segundo a pró-reitora de Graduação, Maria Fernanda Santos Quintela, que defendeu a pauta na reunião, “a aprovação das cotas trans virou um objetivo desde que a deputada Dani Balbi (PCdoB) propôs a pauta, ainda na época da eleição para a reitoria”.
A deputada e ex-professora da UFRJ, que também esteve no encontro do Consuni, opinou sobre as melhorias para a classe e para a instituição de ensino:
— Muito se diz, e é importante dizer, que a adoção de cotas para pessoas trans e não binarias ingressarem na universidade melhora sensivelmente a vida dessas pessoas. O impacto na mudança de curso, na entrega de perspectiva, para nós, salta aos olhos. Mas é importante também dizer o quanto a qualidade dessa universidade melhora quanto mais diversa ela é.
A articulação foi liderada pelos movimentos sociais Rede Trans UFRJ e Coletivo Rua, impulsionado também pela vereadora Benny Briolly. Outra das participantes do movimento trans que lutou pela aprovação na UFF e, agora, na UFRJ ao lado do coletivo trans da universidade é a cientista social Ariela Nascimento. Em conversa com a coluna, ela disse:
— Como jovem travesti e liderança política em formação, celebro a aprovação como um marco de responsabilidade e compromisso com a educação pública. Essa política reafirma a força das universidades como espaço de inclusão e gestão transparente. É um avanço que inspira a juventude a ocupar e transformar as instituições de ensino.
A reserva corresponde a 2% das vagas de cada curso da universidade para pessoas trans, travestis e não-binárias. Cursos pequenos terão que garantir pelo menos uma vaga, mesmo que isso signifique mais do que 2% dos alunos.



