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Uma madrugada de violência chocou moradores de Varginha, no Sul de Minas, quando uma travesti de 36 anos foi atingida por disparos de arma de fogo durante uma confusão com um homem que se identificou como policial. O caso aconteceu na madrugada de 15 de junho e ganhou novos desdobramentos nesta segunda-feira (13), após a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluir o inquérito e indiciar o suspeito, de 56 anos, pelos crimes de lesão corporal grave e omissão de socorro.
De acordo com as investigações, o confronto começou quando a vítima teria cortado a grade de uma empresa e desligado o padrão de energia elétrica do local. Nesse momento, o homem chegou em um carro, apresentou-se como policial e exigiu que ela deixasse o imóvel. Após uma discussão acalorada, o suspeito sacou uma arma e atirou duas vezes, acertando a vítima na perna. Em seguida, ele teria arrastado o corpo até o meio-fio e fugido do local.
Segundo o depoimento da vítima, ela ficou caída e gritou por socorro até ser encontrada por populares. Já o suspeito alegou em sua versão que não percebeu que havia acertado os tiros e que teria ido embora acreditando ter apenas “assustado” a mulher. A Polícia Civil, no entanto, considera que o homem teve plena consciência do disparo e da gravidade da situação ao abandonar o local.
Durante as investigações, a equipe da PCMG conseguiu identificar o veículo usado no crime, um automóvel pertencente a um policial militar. O suspeito, segundo o inquérito, entregou espontaneamente a arma utilizada, que foi submetida à perícia técnica. Os exames comprovaram que o armamento era o mesmo que disparou os projéteis que atingiram a vítima, confirmando a autoria do crime.
As câmeras de segurança instaladas na área não registraram o momento dos disparos, pois houve queda de energia minutos antes do crime — justamente provocada pela ação da vítima, segundo a investigação. A ausência de imagens dificultou parte da apuração, mas depoimentos e evidências técnicas foram suficientes para embasar o indiciamento do acusado.
O caso provocou forte repercussão em Varginha, reacendendo debates sobre o uso indevido de armas de fogo e a violência contra minorias sociais. Embora a motivação de gênero tenha sido inicialmente considerada, a Polícia Civil descartou a hipótese após analisar os elementos colhidos. O órgão reforçou que o crime está sendo tratado como um ato de lesão corporal grave e abandono da vítima ferida.
Com o inquérito concluído, o caso agora segue para a Justiça, que avaliará as provas reunidas e decidirá sobre a abertura do processo criminal. A arma permanece apreendida, e o suspeito responderá em liberdade até decisão judicial. A Polícia Civil destacou que o inquérito foi conduzido com rigor técnico e compromisso com a verdade dos fatos, reafirmando seu papel no combate à impunidade.
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