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O 'Falatrans' funciona há quatro anos no Centro de Psicologia Aplicada (CPA) e está com chamadas abertas para pacientes.
Imagem ilustrativa do documentário Transversais, que conta histórias de pessoas trans — Foto: Juno Braga/Divulgação
A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) está com chamado aberto para contribuir para o cuidado de pessoas transgênero através do projeto de extensão “Falatrans: atendimento psicanalítico para o público trans”. Veja abaixo como se inscrever.
Segundo a UFJF, o projeto é liderado pela professora e coordenadora do curso de Psicologia do Instituto de Ciências Humanas (ICH) da UFJF, Alinne Nogueira.
O "Falatrans" funciona há quatro anos no Centro de Psicologia Aplicada (CPA) e qualquer pessoa que não se identifique totalmente ou parcialmente com o gênero designado no nascimento pode ter acesso ao atendimento psicanalítico oferecido.
Os interessados devem entrar em contato com o CPA e deixar nome e telefone. Em seguida os dados serão enviados para a coordenação do projeto.
Os atendimentos têm sido em formato on-line. No entanto, a partir de abril, quando a UFJF retornará com as atividades 100% presenciais, as pessoas poderão ser atendidas de ambas as maneiras. O projeto de extensão atende cerca de 50 pessoas.
Para Aline, a saúde mental é tratada para reverter o cenário doloroso. A insegurança por conta da violência e a falta de perspectiva profissional são dois fatores determinantes para o sentimento de não inclusão sofrido pela população trans e travesti brasileira.
“Já passaram pelo Falatrans uma média de 100 pessoas. A maioria do(a)s atendido(a)s chegam até nós para falar sobre as dificuldades cotidianas, visto que a resistência e a agressão ainda se encontram presentes na nossa sociedade e isso dificulta demais o processo de desenvolvimento deles e delas, e a consequente construção de identidades e reelaboração de seus corpos", ressaltou.
Formação de profissionais
Segundo a instituição, além da preocupação com os atendimentos, outro objetivo do Falatrans é a formação de profissionais da Psicologia. A equipe do projeto é composta por 20 pessoas, entre alunos da UFJF, da Universidade Federal de São João Del Rey (UFSJ), do centro universitário UniAcademia e profissionais juiz-foranos da área.
Lorena Silva Loures, que atualmente é colaboradora externa do Falatrans, foi aluna do curso de Psicologia da UFJF, bolsista de extensão e uma das idealizadoras do projeto. Agora, ela leva a experiência para o mestrado em Teoria Psicanalítica na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Ela constatou que a população trans e travesti sofre grande violência por parte de profissionais de saúde e se torna fundamental propor uma psicanálise que mostre abertura para o pensamento a respeito de pessoas trans e travestis para fora da patologia.
“É preciso fazer uma inversão das nossas leituras. Precisamos ouvir as denúncias que as pessoas trans e travestis fazem à estrutura patriarcal da nossa sociedade e as críticas à própria teoria psicanalítica. Meu trabalho visa, portanto, entender como este tipo de atendimento contribui para revisarmos a nossa própria ética e literatura e parar de considerar as pessoas trans como meros objetos de alguma teoria psicológica”, destacou.
Interessados podem participar
Além do atendimento psicológico, os colaboradores externos participam de outras atividades, como supervisões, estudo de textos e reuniões, realizadas sempre às terças-feiras, às 14h.
Graduando(a)s, ex-aluno(a)s do curso de Psicologia e profissionais da área interessado(a)s podem entrar em contato diretamente com o CPA caso queiram fazer parte do projeto pelo telefone (32) 2102-3121.
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