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Uma audiência de instrução ouviu testemunhas na investigação de estupro envolvendo a ex-vereadora Pâmela Volp, dentro da Penitenciária de Uberlândia I. Segundo o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), duas testemunhas de acusação e duas de defesa foram ouvidas na tarde de segunda-feira (7).
Agora, o processo judicial segue o prazo para as alegações finais da defesa e da acusação para, em seguida, ser realizado o julgamento. A TV Integração procurou a defesa da ex-vereadora através do telefone, mas não teve retorno.
De acordo com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o pedido de prisão preventiva foi formulado depois que Pâmela, juntamente com outros 2 presos, constrangeu um outro detento mediante grave ameaça “à prática de atos libidinosos”. Tal prática, ainda conforme o Gaeco, configura estupro.
Segundo a acusação, a prisão preventiva foi pedida para garantir a ordem pública e impedir a “reiteração criminosa”.
Presídio de Uberlândia I antigo Professor João Pimenta da Veiga , foto de 29/12/2021 — Foto: TV Integração/Reprodução
Em junho, a ex-vereadora teve outra prisão preventiva decretada pela Justiça pela prática do crime de homicídio qualificado tentado contra um detento da Penitenciária Professor João Pimenta da Veiga. Segundo o Gaeco, à representação formulada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) ocorreu após uma agressão no pavilhão LGBTQIAP+, ocorrida no dia 10 de fevereiro.
De acordo com o MPMG, Pamela Volp ordenou a outros cinco presos que espancassem um outro interno. Segundo as provas colhidas, a vítima havia pego alguns cigarros de Volp, que revidou com a ordem para matar o preso. A pena para o crime varia de 12 a 30 anos de reclusão.
A vítima foi fortemente espancada mediante chutes, socos, "chegando ao ponto de um preso subir em um beliche e pular duas vezes contra o peito da vítima, que já estava no chão desmaiada", informou o Ministério Público. O laudo pericial revelou que a vítima fraturou costelas e dentes, teve lesões torácica e na mandíbula, chegando a perfurar o pulmão e apresentar risco de morte.
Ainda conforme a ocorrência, se a pessoa não pagasse, poderia sofrer diversos tipos de punição, como perder a alimentação fornecida pela penitenciária e até agressão, como alguns detentos relataram.
Durante as buscas pela cela de Pâmela Volp, foram encontrados diversos produtos de limpeza, cigarros e doces, que foram recolhidos e entregues para a Polícia Militar (PM). Uma das vítimas, de 24 anos, declarou ter sido agredida por duas pessoas a mando da ex-vereadora. O motivo é que Pâmela criou um teste para identificar se homossexuais presos da ala LBTQIA+ eram "passivos ou ativos" e essa vítima se recusou a fazê-lo, sofrendo as agressões.
Volp também já foi denunciada pelo Ministério Público por uma tentativa de latrocínio ocorrida em 2018 contra uma travesti. Ela também é suspeita de comandar um esquema criminoso desde 1992. Entre os delitos cometidos pela quadrilha estão: associação criminosa, exploração sexual, manutenção de casa de prostituição, roubo, lesão corporal, homicídio, constrangimento ilegal, ameaça, posse e porte de arma de fogo.
Ex-vereadora Pâmela Volp — Foto: Aline Rezende/Câmara de Uberlândia/Divulgação