Operação 'Libertas': audiência de Pamela Volp e filha sobre caso de tentativa de latrocínio é adiada - G1

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A audiência de instrução e julgamento de Pâmela Volp e Paula Volp foi suspensa. A sessão iria ocorrer nesta quinta-feira (27) e trataria sobre uma tentativa de latrocínio pela qual a dupla foi denunciada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) em novembro de 2021, após a Operação "Libertas". Além das duas, Thauana Araujo também é ré nesse processo por envolvimento no crime.

De acordo com o promotor de Justiça do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Thiago Ferraz, a sessão foi adiada após a defesa de Paula Volp entrar com um pedido de suspensão. A informação foi confirmada também pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).

Ainda segundo Thiago Ferraz, a defesa alegou que não teve acesso integral ao processo e que necessitava de um novo prazo para se manifestar. Mesmo com a suspensão da audiência, as envolvidas seguem presas e uma nova sessão ainda não tem data. O g1 tentou contato com os advogados das citadas, mas não obteve retorno até a última atualização desta matéria.

A Operação "Libertas" teve início no dia 8 de novembro do ano passado com a prisão de Pâmela e Paula Volp, além de Lamar Bionda. Esta última foi colocada em liberdade.

O crime de tentativa de latrocínio ocorreu 2018. Na época, a vítima era uma travesti que veio de Catalão (GO) e fazia "ponto” na região próxima ao Motel Vegas, em Uberlândia.

“Três pessoas, que já foram identificadas, acompanhadas de outras duas não identificadas, chegaram de carro, abordaram essa travesti e já desceram agredindo”, detalhou o promotor Thiago Ferraz.

Ainda conforme a descrição do promotor, elas “desceram com barra de ferro, deram um golpe na nuca, a travesti caiu e a chefe da organização começou os espancamentos com chutes e socos e deixou a vítima desacordada. Ela foi até a UAI [Unidade de Atendimento Integrado] Roosevelt, mas estava tão apavorada que fugiu de lá. Essas pessoas foram identificadas, duas já tiveram as prisões preventivas decretadas".

A reportagem apurou que a pessoa apontada como a chefe da organização pelo promotor do Gaeco é Pâmela Volp. Já a segunda é a filha dela.

Outro alvo que não está envolvida nesse processo é Paula Coco. Ela foi presa provisoriamente na segunda fase da ação e foi detida preventivamente no último dia 7 pelo crime de extorsão qualificada.

No mesmo dia, Pâmela teve a prisão preventiva decretada novamente no mesmo processo de Coco. Entre os delitos cometidos pela quadrilha estão: associação criminosa, exploração sexual, manutenção de casa de prostituição, roubo, lesão corporal, homicídio, constrangimento ilegal, ameaça, posse e porte de arma de fogo.

Ainda segundo o MPMG, há relatos de que o esquema criminoso tenha iniciado em 1992 e, assim, já dura há quase 30 anos.

Durante a Operação "Caraxué", da Polícia Federal, desencadeada em outubro de 2006, foram presas 9 pessoas em Uberlândia, Florianópolis (SC) e Franca (SP). Na ação, a polícia encontrou 12 travestis que se prostituíam em uma casa de Volp no Bairro Chácaras Tubalina.

Em 2014, a ex-vereadora foi condenada, junto a outras 6 pessoas, pela Justiça Federal por envolvimento com o tráfico internacional de pessoas. Conforme a decisão, o esquema envolvia o "comércio" de travestis e mulheres para países como a Itália e a Espanha.

Na época, Volp e outras 2 pessoas foram apontadas pela Justiça como chefes do esquema e foram condenadas a cumprir a pena em regime fechado. Além disso, 4 tiveram penas entre 6 e sete 7 no regime semiaberto. No entanto, a ex-vereadora recorreu da decisão e o caso foi para segunda instância.

No julgamento em segunda instância, ela foi absolvida pelos crimes de tráfico de pessoas e rufianismo - quando a pessoa toma vantagem da prostituição alheia. Porém, Pâmela foi condenada pela pena mínima pelo crime de favorecimento à prostituição.

Volp ainda teve o nome ligado na Operação “Má Impressão”, desencadeada pelo Gaeco em 2019, que apurou um esquema de desvio de verbas indenizatórias por meio da contratação de serviços gráficos. Em 2020, ela teve o mandato cassado na Câmara Municipal de Uberlândia.

OPERAÇÃO 'LIBERTAS: GAECO LIGA EX-VEREADORA DE UBERLÂNDIA PAMELA VOLP A ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA

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