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Desse total, três casos aconteceram em São Luís e os outros no interior do estado. Em outubro, foram registradas seis mortes de pessoas LGBTI + no Maranhão.
Em janeiro, a travesti conhecida como Paulinha, de 31 anos, foi morta a pauladas, pedradas e golpes de faca em Timon, a 433 km de São Luís. O corpo foi encontrado com um pedaço de madeira na boca. Um suspeito do crime está preso, mas o caso continua sendo investigado pela Polícia Civil do Maranhão (PC-MA).
Em fevereiro, Gabrielly Monteiro foi encontrada morta dentro de uma kitnet, no bairro Jardim das Margaridas, em São Luís. O suspeito foi identificado como Edmundo Silva Pereira, que ainda não foi preso.
Em março, a cabeleireira Soraia, de 59 anos, que morava sozinha, em Raposa, na Região Metropolitana de São Luís, teve a casa invadida por homens e morta com golpes de faca. O corpo da travesti foi encontrado pelos vizinhos, que acionaram a polícia. O caso foi investigado pela Superintendência de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP), mas ninguém foi preso.
Travesti Soraia foi assassinada em Raposa, na Região Metropolitana de São Luís. — Foto: Divulgação/Polícia Civil
Ano passado foram 15 mortes causadas por LGBTfobia foram registrados no maranhão. Os números deste ano preocupam quem acompanha a violência, muitas vezes letal.
De acordo com o doutor em Políticas Públicas e membro do Observatório de Políticas Públicas LGBTI+ do Maranhão, Wellington Soares Martins, é necessário trabalhar em uma perspectiva de educação, informação de boa parte da sociedade.
“Quando nós falamos em violência da população LGBTI+, a gente precisa trabalhar numa perspectiva informativa e educativa. O que eu quero dizer com isso? É trabalhar com informação e capacitação do efetivo policial, no que diz respeito à abordagem à população LGBTI+. Que as polícias também recebam nas delegacias um tratamento para que recebam de uma forma respeitosa, sem causar algum tipo de constrangimento aquela LGBTI+ que sofreu violência e está indo fazer a sua denúncia, o seu boletim de ocorrência”, afirma Wellington Soares.
Em São Luís, a Casa Floreser, que atende vítimas de violência contra a população LGBTI+, o desafio é oferecer, apenas com doação e recursos próprios, acolhimento, assistência psicológica e cursos profissionalizantes.
Em dois anos, aproximadamente 60 pessoas foram recebidas na casa, muitas delas, vítimas de violência, em situação de rua ou que foram expulsas de casa. Mudar essa realidade ainda é um desafio, que precisa ser enfrentado desde muito cedo.
“Aqui a gente acolhe muitos adolescentes e adultos que são despejados de casa por assumir a sua orientação sexual ou então são demitidos a partir do momento que chega no emprego e diz que é gay e pessoa ignora ser um excelente profissional, vai e demite. Ou então, muitas vezes, em situação de rua por não ter a oportunidade lá atrás e acaba se encontrando com o mundo das drogas ou então da marginalização mesmo social e ficar a mercê da sociedade”, diz Alice Lira, coordenadora do Instituto Floreser.

8 pessoas foram assassinadas por LGBTfobia no Maranhão em 2022

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