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O "Universo" Trans. "O principal é que se seja feliz! Deixem-me ser feliz!"
Imaginemos que não nos identificamos com o género que nos é dado à nascença. Imaginemos que, ao nos olharmos ao espelho, não conseguimos identificar-nos com o que vemos. Trans, Transexual, Transgénero, Travesti, são vários os conceitos de que ouvimos falar. Mas o que é que eles realmente significam? Ary, Isaac, Daniela, Aishan e Maria contam ao i a sua história, defendendo que “os corpos são todos diferentes e não têm necessariamente que pertencer ao modelo binário”.
Quem sou? Quem é que realmente sinto que sou? Ao longo da vida, é possível que nos interroguemos várias vezes sobre a maneira como nos vemos, identificamos, sentimos. Este é um cenário habitual, em diversos estádios da vida, em determinadas circunstâncias e momentos. Nascemos numa sociedade binária que se ramifica entre o universo feminino e o universo masculino. À nascença, é precisamente a nossa genitália que nos “dá nome”, nos “rascunha” o destino, ditando aquilo que somos, ou devemos ser. Mas e se, ao nos olharmos ao espelho, não nos identificamos com o que vemos? E se esse “esboço” precisasse de ser emendado? E se, durante uma vida inteira, nos sentíssemos aprisionados num corpo que não é o nosso? Ou se a maneira como o olhamos deixasse de fazer sentido e precisasse de ser transformada? Ary, Isaac, Maria, Daniela e Aishan são cinco das vozes que se têm feito ouvir. Todos com histórias diferentes, mas com uma coisa em comum: a crença de que a comunicação/informação tem poder e que o “universo” trans continua a ser “tabu” em Portugal.
Ary Zara “Sou geometria sagrada materializada num corpo. O nome que escolhi para mim é Ary e decidi manter o nome que me deram à nascença, Zara. Tudo o que faço tem um tom de missão e propósito. Mergulho profundamente na procura de respostas, esforço-me constantemente a sair da minha zona de conforto e gosto de oferecer um olhar de ângulos também possíveis e menos explorados para trabalhar uma nova consciência”, descreve-se assim Ary Zara, cineasta, performer, ativista e terapeuta holístico de 35 anos, que pediu para ser tratado com pronomes neutros. Segundo Ary, a sua transição veio como “anexo do feto” e tem sido “um caminhar desde então”. “Não houve um dia, nem um momento específico mas sim uma transição gradual à medida que me confrontava com as imposições associadas ao género que me foi atribuído no momento do nascimento”, explicou ao i.
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