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Seguindo mesma decisão tomada pelos Estados Unidos, o governo da Nova Zelândia decidiu eliminar suas diretrizes sobre a inclusão de pessoas transgênero nas competições esportivas.
“Homens biológicos não têm lugar no esporte feminino”, declarou na quinta-feira o ministro das Relações Exteriores do país, Winston Peters, que descreveu esses princípios como “woke”.
“Trata-se simplesmente de garantir a segurança e proteção das meninas e mulheres no esporte que praticam, em todos os níveis”, acrescentou.
Nova Zelândia retirou medidas de inclusão de pessoas transgênero no esporte.
Foto: Eugene Hoshiko/AP
Recentemente, além do Comitê Olímpico dos Estados Unidos, a Federação Inglesa de Futebol também proibiu o acesso de mulheres transgênero às competições femininas. A Nova Zelândia era considerada há anos um país pioneiro na inclusão de atletas transgênero.
Em 2021, a levantadora de peso Laurel Hubbard tornou-se a primeira mulher transexual declaradamente aberta a participar dos Jogos Olímpicos, em Tóquio, na categoria feminina de cima de 87kg. Ela não conseguiu levantar nenhuma das barras e foi eliminada prematuramente naquela ocasião no Japão.
Em 2022, a agência pública neozelandesa Sport NZ havia elaborado uns “princípios de direção para a inclusão de pessoas transgênero no esporte”.
Esses princípios agora retirados referiam-se principalmente à segurança, bem-estar e à luta contra a discriminação e o assédio. Eles também recomendavam que houvesse espaços privativos nos vestiários e o uso da linguagem inclusiva.
“Pessoas transgênero podem participar dos esportes de acordo com o gênero com o qual se identificam”, indicavam essas diretrizes, segundo a Radio New Zealand. A diretora geral da Sport NZ, Raelene Castle, confirmou a decisão das autoridades.
“O governo pediu à Sport NZ que cessasse todo trabalho sobre os princípios diretores para a inclusão de pessoas transgênero no esporte e que os retirássemos de nosso site”, afirmou.
“As organizações esportivas continuarão tomando suas próprias decisões sobre a participação de pessoas transgênero”, especificou.
Em um comunicado, a Associação Profissional para a Saúde das Pessoas Transgênero de Aotearoa (nome maori da Nova Zelândia) disse estar “profundamente decepcionada” e estimou que a decisão do governo agravará “uma cultura pouco acolhedora e isolante para as pessoas trans e não binárias no esporte”.