No Dia da Visibilidade Trans, Pepita relata planos de ter mais filhos: 'Posso escrever qualquer história' - Globo

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"Estou amando essa fase, porque está me fortalecendo. E essa experiência de ser mãe está maravilhosa. Em cada momento eu aprendo, mesmo com a vida corrida por conta do trabalho. Sempre consigo chegar em casa e recarregar minhas energias com o olhar, com o beijo, com o cheiro, com dormir junitnho. Isso é muito bom”, conta.

Além de a realização de um sonho, a maternidade foi uma grande oportunidade de empoderamento para Pepita.

“Sempre tive o sentimento de proteção, ser uma leoa. Mas eu entendi que toda história você pode escrever. Quando me tornei mãe, entendi que posso escrever qualquer história, de qualquer forma.”

Pepita com o marido, Kayque Nogueira, e o filho Lucca — Foto: Reprodução/Instagram

Preconceito e ataques de ódio

Em novembro de 2022, Pepita se deparou com um desafio: ao compartilhar em suas redes sociais uma foto com a sua família, a cantora recebeu uma enxurrada de comentários transfóbicos.

“Sou uma pessoa pública. Na época em que esses ataques aconteceram ele [o filho, Lucca] só tinha 11 meses. Hoje, ele já está com um ano. Foi muito doloroso, porque foram comentários muito surreais. Aceito qualquer pessoa que queira me atingir. Mas o meu filho não, ele é só uma criança. Quando eu fui olhar o perfil das pessoas, eram mães, avós, tias", relata.

Para repreender tal comportamento, Pepita foi rápida e acionou a Justiça contra a onda de ódio que recebeu.

“Consegui um bom advogado para poder resolver isso e estou com processo contra essas pessoas. Ainda está rolando, mas eu não posso falar. Só que estou fazendo o que é certo. Não precisa gostar, é só respeitar.”

E, segundo a cantora, as situações constrangedoras que precisa passar não se resumem à internet.

"Venho muito para o Rio e sempre trago o Lucca. Frequentar a fila de prioridade no embarque do avião, por exemplo, não é um pedido exclusivo meu. Eu tenho esse direito, simplesmente por estar com uma criança. Começam com os olhares e as pessoas te julgando. Tem algumas que são bem cara de pau e me perguntam o porquê de eu estar naquela fila”, conta.

Pepita comemorou seus 40 anos no dia 25 de janeiro — Foto: Reprodução/@alextoffoli

Mulher de 40 e mais filhos

Com a maturidade, Pepita conta que está no seu melhor momento. E que entende a responsabilidade de criar um filho para a sociedade. O que não se torna uma tarefa fácil.

“Nessa história toda, meu filho não vai poder nunca esquecer que ele é filho de uma travesti. E é surreal comemorar mais um ano de vida sendo mãe de um menino de um ano. Deus é tão especial comigo, que ele me deu um homem para eu educar, para eu criar e mostrar para ele que a vida vai ser do jeito que ele quiser.”

E completa: “A família tradicional é a minha e de todas as pessoas. Quando tem amor e respeito, qualquer família vai ser tradicional. E não existe ninguém que vai dizer que a minha não se encaixa, que o meu filho é menos ou mais amado. A letra T, de trans e travesti, na sigla LGBTQIA+, pode ser o que quiser, da forma que quiser. Não sou só uma letra, não sou só uma bandeira. Eu sou uma mulher que merece respeito.”

E, em meio a tanta consciência, surge a necessidade de aumentar a família: “O Luca merece um irmãozinho e a gente está trabalhando para isso acontecer.”

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