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Gabriela Fortes, de 25 anos, iniciou seu 'caminho para a felicidade' há um ano e quatro meses, em Guarujá (SP).
Gabriela Fortes iniciou a transição em novembro de 2020 — Foto: Arquivo Pessoal
Uma jovem transexual de 25 anos relatou ao g1 os principais desafios da transição de gênero, e a importância de se ter apoio nesse momento. Gabriela Fortes mora em Guarujá, no litoral de São Paulo, e iniciou sua transição há um ano e quatro meses. Ela diz que viver em um corpo que não condiz com o que sente é "triste e desgastante".
Em entrevista ao g1 nesta terça-feira (22), a jovem relembrou que começou a se sentir "estranha" ao se olhar no espelho quanto tinha entre 6 e 7 anos de idade. "Percebi que eu não era aquilo que via". Mesmo assim, por insegurança, ela passou pela adolescência e seguiu até o início da vida adulta no corpo que não a representava.
Gabriela conta que apenas quando terminou o Ensino Médio decidiu pesquisar e se aprofundar no assunto. Nesse momento, ela percebeu que tinha disforia de gênero. O termo traduzia o que ela sentia, que era não se enxergar fisicamente como realmente era.
Jovem diz que a perspectiva de futuro para pessoas transexuais não é animadora, mas que não se deve deixar abalar — Foto: BBC
Ao se aprofundar no assunto, Gabriela confessa ter ficado assustada com a realidade de pessoas transexuais na prática. "A perspectiva de futuro para pessoas trans não é muito animadora. A expectativa de vida é de 35 anos, devido à violência. Mas, isso não me deixou abater", revela.
Além da realidade assustadora, a jovem relata ter começado a sentir crises existenciais no seu antigo relacionamento, que era com uma mulher. "Eu perfomava o gênero que eu nasci, e era desgastante. Queria ser uma mulher que namorasse outra mulher", diz.
Com o tempo, a angústia e a insatisfação ficaram mais fortes do que o medo, e ela se assumiu transexual em março de 2020. "Não foi surpresa para a minha mãe, mas foi para alguns amigos, e acabei perdendo algumas amizades", relembra.
Caminho para a felicidade
Aliviada, Gabriela começou a buscar ajuda profissional. Ela iniciou atendimento psicológico, e quando recebeu o aval do especialista, iniciou as consultas com um endocrinologista, para tratar da parte hormonal. "No dia 11 de novembro de 2020, iniciei minha transição", relembra, emocionada.
Já respirando novos ares, a jovem encontrou apoio em pessoas que realmente a amam. Ela diz que essa rede de proteção é muito importante, principalmente nessa fase. "Não é fácil ser uma mulher transexual dentre tanto preconceito, mas tenho muito apoio de pessoas que me amam", afirma. Hoje, após um ano e quatro meses em transição, Gabriela diz que planeja realizar cirurgias para adequar seu corpo a seu gênero, e "ser feliz".
"Independentemente de você ser trans, as pessoas vão te criticar, porque tudo que é diferente criticam. Mas, não é porque ser diferente é ruim. É porque as pessoas são maldosas. Elas não têm amor ao próximo, e não veem o ser humano como indivíduo", finaliza.
Mulher transexual ressalta importância de ter uma rede de apoio no processo de transição — Foto: Arquivo Pessoal
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