Mulher trans do Amapá é aclamada em festival nacional

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Thalitta Brilhante, de 22 anos, é a primeira mulher transexual amapaense a ser aclamada no Miss Brasil de Las Americas, um dos maiores festivais de beleza em nível nacional. A miss vai representar o estado e levar a cultura da região norte para o evento.

A aclamação aconteceu na última sexta-feira (25) conforme uma análise do perfil, histórico e potencial de representação.

"Venho me preparando intensamente para a etapa nacional. Cuido não apenas da estética e da forma física, mas também da minha saúde mental e bem-estar, pois acredito que a verdadeira beleza nasce do equilíbrio. [...] Pretendo levar ao certame a nossa cultura, tradições e festividades, inclusive com um traje cultural que homenageia um dos municípios do nosso estado", disse.

As mulheres representantes de cada estado do Brasil são selecionadas através de concursos estaduais, ou pelo processo de aclamação, como foi o caso da miss amapaense.

Thalitta Brilhante vai representar o Amapá no Miss Brasil de Las Americas — Foto: Thalitta Brilhante/Divulgação

"É uma conquista que vai muito além de mim. Representa ocupar espaços que sempre foram nossos por direito, mas historicamente nos foram negados. Gosto de dizer que ninguém floresce no anonimato, e sem oportunidades não há como transformar sonhos em realidade", contou.

Thalitta é secretária em uma clínica de estética e pretende cursar Moda. Com os pés no chão, ela conta que o caminho no mundo da beleza foi difícil, mas que nunca deixou de acreditar em sí mesma.

"Sempre acreditei que esse momento chegaria. Algo dentro de mim me dizia que a vida estava me preparando para viver exatamente isso. Meu objetivo agora é fortalecer e normalizar essas oportunidades, abrindo caminhos para que mais mulheres trans ocupem espaços de representatividade. Quero impactar e inspirar pessoas, mostrando que sonhos são possíveis quando nos mantemos firmes na fé e na perseverança", completou.

Thalitta Brilhante vai representar o Amapá no Miss Brasil de Las Americas — Foto: Thalitta Brilhante/Divulgação

Trajetória e representatividade

Thalitta contou ao g1, que desde criança é apaixonada por moda e por concursos de beleza, sempre desenhando e criando figurinos, sonhando em se tornar uma miss. Mas por ser uma mulher trans, alguns obstáculos surgiram em sua trajetória.

"Durante muito tempo, não me encaixei nos padrões estabelecidos, mas com as atualizações das regras e o convite da coordenação estadual, encontrei a oportunidade de finalmente escrever uma nova história, não só para mim, mas para tantas outras que sonham como eu sonhei", contou a miss.

Brilhante disse ainda que pretende ser a ponte e a voz para mulheres trans, que acabam sendo historicamente excluídas. Segundo a amapaense, a conquista motiva que outras mulheres sigam seus sonhos e lutem pelos seus direitos.

"Deixo uma mensagem a todas que sonham: não desistam! Se hoje estou aqui, é porque acreditei mesmo quando tudo parecia impossível. Que minha trajetória sirva como prova de que lutar pelos nossos sonhos vale a pena", finalizou Thalitta.

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