ARTICLE AD BOX
EM AMERICANA
Transsexual estava junto de uma amiga quando foi atacada por um rapaz
Do Correio Popular
12/04/2022 às 09:01.
Atualizado em 12/04/2022 às 09:01
Imagem de Laytima na rede social: rosto ficou irreconhecível após agressão (Reprodução/Redes Sociais)
A jovem Laytima Remedi, de 29 anos, denunciou ter sofrido uma agressão por transfobia na madrugada da última quinta (7) para sexta-feira (8), enquanto estava em uma festa, na residência de uma amiga, no Bairro Zanaga, na cidade de Americana, que se mudará para outra localidade.
Em uma publicação nas redes sociais, ela divulgou fotos dos ferimentos depois da agressão. “Eu me sinto culpada. Estou com medo. Estou abalada física e mentalmente. Ver minha família chorar por medo que eu fosse morta apenas por ser transsexual está me doendo ainda mais”, escreveu em um post. O caso foi registrado por meio de um boletim de ocorrências on-line, que será investigado.
A vítima estava com uma amiga, também trans, quando contou que começou a ser agredida verbalmente por um rapaz, que se referiu a elas no pronome masculino. Ele também teria chamado as amigas de “boiolas” e “viados”.
“Estávamos em uma despedida de uma amiga. Desde o começo tentei repreender as atitudes dele e, até mesmo, separar ele da minha amiga. Mas ela não aguentou e reagiu aos ataques do mesmo. Acabou sendo agredida, mas conseguiram separar os dois. Por fim, fui conversar com ele e o mesmo desferiu um soco no meu rosto e puxou meus cabelos, derrubando-me no chão. Foi quando levei socos, chutes no rosto e tive minha sobrancelha aberta pela pancada. Algumas pessoas que estavam na mesma festa nos separaram e mandaram o rapaz ir embora”, escreveu.
Nas fotos postadas nas redes sociais, a jovem aparece com o rosto desfigurado devido à violência das agressões. Ela sofreu um corte na sobrancelha e escoriações, e precisou passar por atendimento da Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
Ontem, quando conversou com a reportagem do Correio Popular, contou que estava tomando remédios e que as agressões deixaram marcas nela.
“Mais uma vez a sociedade mostra que o travesti não pode ser feliz, não pode se divertir. Sim, eu fui agredida por ser transsexual (…). Não desejo nem para o meu pior inimigo que passe pelo que eu passei. Sei que tudo vai ficar bem, porque sou uma mulher forte e guerreira. Sei também que, tão cedo, não vai sair da minha cabeça toda agressão sofrida. Mas vou superar.”
Laytima também garantiu que dará seguimento à denúncia e pretende processar o agressor.
O caso é investigado mediante um inquérito policial instaurado pelo 1º Distrito Policial de Americana para apurar o crime previsto no artigo 20 da Lei 7716/89, além de lesão corporal.
De acordo com uma decisão do Supremo Tribunal Federal, em 2019, a homofobia e a transfobia são crimes, os quais podem resultar em penas de um a três anos de reclusão, além de multa.
Assuntos Relacionados
Compartilhar