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Publicado em 30/03/2022 às 16:13|Atualizado em 30/03/2022 às 16:22

A professora de literatura e vereadora mais votada de BH, Duda Salabert, fez um desabafo por meio do Instagram a respeito da política eleitoral e do prazo final de filiação nos partidos para concorrer a eleição deste ano. Atualmente vinculada ao PDT (Partido Democrático trabalhista), Duda conta que recebeu diversas chamadas para ingressar em partidos nas últimas semanas. Todos os convites foram acompanhados, segundo ela, de “narrativas apocalípticas e pressão” sobre o próprio futuro na política.
“Não imaginava que a política eleitoral fosse tão pesada… Não me refiro aqui à Grande Política – responsável pelos importantes debates e pelas transformações da sociedade. Estou me referindo à pequena política – aquela pautada estritamente em cálculos eleitorais”, começou Duda na legenda de uma foto dela em preto e branco.
“As três últimas semanas foram, acredito eu, as mais pesadas da minha vida. Sem exagero: recebi dezenas de convites para me candidatar em partido X, y ou z ; aos cargos 1, 2 e 3. E conjuntamente vieram convites para apoiar candidatos X, y ou z. Fico feliz ao saber que os partidos admiram meu trabalho. Mas nem tudo são flores. Na verdade, raras são as flores…”, continuou.
“Cada convite vem acompanhado de uma narrativa apocalíptica diferente sobre o cenário político estadual e nacional. Essas tantas e tantas narrativas me causaram um nível de estresse e de ansiedade que eu nunca vivi ou senti. De modo geral, as narrativas tem em comum a ideia de que, se eu seguir um caminho contrário ao de quem está narrando , irei fracassar e ajudarei o país a fracassar”, escreveu Duda.
Futuro na política
A vereadora ainda relatou como esses convites sobre pressão a afetaram e afetaram o futuro dela na política. “Todas narrativas me dão o prazo para que eu tome uma decisão até sexta – uma das datas limite do calendário eleitoral. Se eu vou me candidatar, se continuarei vereadora, se vou mudar de partido ou se vou apoiar X ou y candidato, não sei, não sei”.
“Sei apenas que sou uma travesti que sofreu 3 ameaças de morte do maior grupo de ódio desse país. Sei que tenho um projeto a desenvolver na cidade e no Brasil. Sei também que a música que mais tenho escutado é aquela do Belchior, cujos versos dizem: ‘Não preciso que me digam; De que lado nasce o sol; Porque bate lá meu coração’. Sei também que meus sonhos são inegociáveis e que eles não cabem nas urnas, nos partidos e muito menos em uma eleição. Desculpem o desabafo. Precisava escrever…”, finalizou Duda Salabert.
Em 2019, a professora trocou o PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) pelo PDT. Na época, a vereadora anunciou a decisão pelas redes sociais e explicou que o principal motivo para a desfiliação é o fato de “não concordar com a transfobia estrutural do partido”. Em nota, a Executiva Municipal do PSOL Belo Horizonte discordou dos motivos apresentando pela professora.
Já em 2020, Duda desistiu de sua pré-candidatura à Prefeitura de Belo Horizonte nas eleições. A professora disse que apoiaria o projeto encabeçado pela atual deputada federal Áurea Carolina (PSOL).
