Dia T promove atividades para visibilidade trans em Fortaleza - O POVO

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A quarta edição da feira de serviços, cultura e visibilidade para travestis, mulheres transexuais, homens trans e pessoas não binárias, o Dia T ofertou serviços voltados para a população trans em Fortaleza. A programação ocorreu na tarde dessa terça-feira, 31 de janeiro, na sede do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Estado do Ceará (Adufc).

Realizado pela Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual de Fortaleza (Coediv) e pelo Centro de Referência LGBT Janaína Dutra, o Dia T faz parte de um conjunto de eventos promovidos no mês de janeiro direcionados à população transexual em Fortaleza em torno do Dia da Visibilidade Trans, comemorado em 29 de janeiro.

A coordenadora executiva da Coediv, Labelle Silva, ressalta, no entanto, que a visibilidade trans precisa acontecer todos os dias e que a coordenadoria trabalha para que essas pessoas tenham uma vida digna.

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“A gente não pode garantir visibilidade para quem não está vivo, e esse é o grande desafio diante dos dados de violência, discriminação e violação de direitos,” coloca a ativista.

Labelle explica que a maior parte das pessoas que comparecem a essas programações busca não só o acesso, mas a permanência nos programas, cursos e políticas voltados para a população trans.

Durante o Dia T, o Adufc abriu espaço para serviços como inscrição e consulta do Cadastro Nacional de Empregos, inscrições para cursos de estética e orientação para retificação de registro civil. Além disso, a população pôde realizar cortes de cabelos, massoterapia, leitura de cartas e tarot e fotografia profissional.

Lauana faz parte do projeto Transpassando, cursinho de vestibular para pessoas transFoto: Samuel Setubal/Especial para O Povo
Lauana faz parte do projeto Transpassando, cursinho de vestibular para pessoas trans

A estudante de psicologia Lauana Leal colocou que a sessão de fotos, da qual participou durante o Dia T, significou para ela um resgate da autoestima e um espelho para se enxergar como uma mulher e não só um rótulo de travesti.

“Socialmente nós somos apenas um corpo sexualizado e violentado, então quando a gente se propõe a tirar uma foto, a gente está mostrando para nós mesmas que não somos só esse corpo que a sociedade nos coloca, e sim uma mulher como outra qualquer, bonita e feliz”, relatou a estudante.

A programação também contou com serviços voltados para a saúde, como teste de glicemia, aferição de pressão, orientação para hormonioterapia, hemograma, testagem para HIV, sífilis e hepatite.

Michelle conseguiu realizar um hemograma que precisava para consulta com endocrinologistaFoto: Samuel Setubal/Especial para O Povo
Michelle conseguiu realizar um hemograma que precisava para consulta com endocrinologista

A realização do hemograma foi uma oportunidade para Michelle. Ela conta que adiava a consulta com sua endocrinologista para acompanhamento da hormonioterapia por não conseguir realizar o exame, que marcou no ano passado, pelo Sistema Único de Saúde (Sus), para maio deste ano.

O Dia T teve a presença de ativistas e organizações da luta por direitos LGBTQIA+ e apresentações de artistas transexuais. Uma das atrações musicais da tarde foi a rapper Má Dame, que comentou sobre a importância de ter um suporte do poder público para que artistas independentes alcancem esses espaços, especialmente aquelas que muitas vezes precisam tirar de onde não têm para financiar o seu trabalho.

Ela diz que tem visto, ao longo do tempo, um maior entendimento das pessoas de que o rap pode ser uma soma boa dentro de quadros e programações como essa.

Má Dame se apresentou durante o Dia T na sede da AdufcFoto: Samuel Setubal/Especial para O Povo
Má Dame se apresentou durante o Dia T na sede da Adufc

Nos últimos anos, o Dia T teve uma adesão crescente, como observa o jornalista e artista drag, Marcos André Vidal, que participa do evento divulgando o projeto Arte de Amar. Ele afirma ter percebido também, ao longo das últimas edições, um aumento dos homens trans nesses eventos.

Para ele, esse aumento significa que “as políticas, a abertura e a visibilidade estão dando certo. Elas estão dando certo porque essas pessoas estão saindo de casa e estão mostrando a cara na sociedade e se empoderando cada vez mais e ocupando o seu espaço”.

No próximo mês, a Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual de Fortaleza (Coediv) deve também realizar uma série de atividades voltadas para o Dia Municipal do Orgulho Trans, em 15 fevereiro, que marca a data da morte da travesti Dandara dos Santos.

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