Dia Internacional de Combate à Homofobia é nesta terça-feira (17); veja onde procurar acolhimento no DF - Globo

3 years ago 899
ARTICLE AD BOX

O Dia Internacional de Combate a Homofobia é celebrado nesta terça-feira (17). A data serve para marcar quando, em 1990, a população LGBTQIA+ deu um passo importante com o fim da classificação da homossexualidade como doença, segundo a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde.

LEIA TAMBÉM

O dia remete à luta contra o preconceito e a violência, e pela garantia dos direitos humanos e diversidade sexual. No Distrito Federal, alguns serviços públicos e de organizações da sociedade civil trabalham com o acolhimento de pessoas LGBTQIA+ , no entanto, os crimes relacionados à orientação sexual das vítimas tiveram um aumento de 60,5% em Brasília, no ano passado (veja mais abaixo).

De acordo com a Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD), divulgada no dia 9 de maio passado, 3,8% da população do DF se declara como gay, lésbica, bissexual e transexual, entre outros (LGBTQIA+). Foi a primeira vez que a questão de gênero foi ampliada nessa espécie de "censo" que define as políticas públicas em Brasília.

O censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ainda não incluiu perguntas sobre orientação sexual e identidade de gênero nos questionários. Pesquisas de organizações LGBTQIA+ estimam um número que em torno de 20 milhões de pessoas, cerca de 10% da população brasileira, se identificam como gays, lésbicas, bissexuais e transexuais, entre outros.

De acordo com os dados de um levantamento feito pelo Colégio Notarial, 2.188 uniões homoafetivas foram registradas no Brasil, em 2021. O número representa uma alta de aproximadamente 2% em comparação ao ano anterior.

Bandeira do movimento LGBT — Foto: Suelen Gonçalves/ G1 AM

Ao mesmo em que cresce a população LGBTQIA+, a violência contra essas pessoas também aumenta. Ao longo de 2021, ao menos 300 pessoas perderam a vida para a violência LGBTfóbica no país, gerando um aumento de 8% em relação a 2020, mostra o relatório "Mortes Violentas de LGBTI+ no Brasil – 2021", divulgado pelo Grupo Gay da Bahia (GGB).

O Brasil lidera o ranking de países que mais matam LGBTQIA+ com uma morte a cada 29 horas. Segundo o GGB, em 2021, os homossexuais masculinos voltaram a ocupar o primeiro lugar no ranking de assassinatos, veja os índices:

  • Homossexuais masculinos: 51% das mortes
  • Travestis e transexuais: 36,67% das mortes
  • Lésbicas: 4% das mortes
  • Bissexuais e homens trans: 1,33% das mortes

Além dessas mortes, houve registro de um assassinato de pessoa não binária e um de heterossexual, confundido com um gay. Os dados da pesquisa se baseiam em notícias publicadas nos meios de comunicação, que foram coletadas e analisadas pelo grupo.

No Distrito Federal, os crimes de homotransfobia tiveram um aumento foi de 60,5% em 2021. Segundo levantamento da Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF), foram 61 ocorrências no ano passado, contra 38 em 2020.

DF ganha primeira república pública para pessoas LGBT+ — Foto: Sedes/Divulgação

Em Brasília, a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus) é o órgão responsável pela promoção de direitos da população LGBTQIA+. A pasta tem a função de, entre outras coisas, criar políticas públicas de garantia de direitos e de enfrentamento ao preconceito, permitindo que o grupo tenha voz e seja respeitado, em todos os espaços.

Há um ano, o Distrito Federal ganhou a primeira república que acolhe, de graça, gays, lésbicas e pessoas transexuais em situação de vulnerabilidade. O espaço é um lar para quem perdeu a casa após assumir a identidade de gênero ou a orientação sexual.

Para se tornar morador da república, a pessoa precisa se cadastrar em um Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) ou nos Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centros Pop) do DF.

Brasília também conta com o Projeto Casa Rosa, que oferece dois tipos de acolhimento. O acolhimento direto, onde pessoas LGBTQIA+ são assistidas diretamente, e permanecem no espaço recebendo, lá dentro, todo o tipo de atendimento; e o acolhimento Indireto, para aqueles que buscam algum tipo de apoio psicológico, de orientações, jurídico e complemento de alimentação, entre outros.

O DF tem ainda o grupo Mães pela Diversidade, com a proposta de de unir pais e mães de pessoas LGBTQIA+. A ideia é ajudar a superar a discriminação e dar apoio aos familiares, "para que entendam a sexualidade e identidade de gênero dos filhos", diz a organização da sociedade civil.

O coletivo também tem atividades como palestras para escolas sobre respeito à população LGBTQIA+. A atuação é em conjunto com o Creas, que ajudam pais e mães que procuram o serviço.

Como denunciar violência contra pessoas LGBTQIA+

 entenda o que significa a sigla LGBTQIA+

Mais que uma letra: entenda o que significa a sigla LGBTQIA+

Pessoas LGBT vítimas de violência podem procurar a Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa, Orientação Sexual, Contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin). Além disso, há outros canais para denunciar o ocorrências dessa natureza:

Decrin

  • Telefone: (61) 3207-4242
  • Endereço: Setor Policial Sul (SPO), no Complexo da Polícia Civil, ao lado do Parque da Cidade
  • Denúncias: também podem ser feitas pelo telefone 197 ou pela delegacia eletrônica

Disque 100

  • Canal do Governo Federal para receber, analisar, e encaminhar denúncias de violação de direitos humanos, inclusive dos LGBTs.

Disque 162

  • Canal de ouvidoria do Governo do Distrito Federal, responsável por receber sugestões, críticas e denúncias

Conselho Distrital de Promoção de Defesa dos Direitos Humanos

  • Telefone: (61) 3213-0696
  • Endereço: SAAN, quadra 1, lote C, 3° andar
  • E-mail: cdpddh@sejus.df.gov.br
  • Atendimento: de segunda a sexta-feira, das 8h às 13h e das 14h às 18h

Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar, da CLDF

  • Responsável por analisar propostas sobre defesa de direitos individuais e coletivos, violência, discriminações e abuso de autoridades
  • Telefone: (61) 3348-8701
  • E-mail: direitoshumanos@cl.df.gov.br
  • Endereço: Eixo Monumental, Praça Municipal – quadra 2, lote 5, 1º andar

Núcleo de Enfrentamento à Discriminação

  • Telefone: (61) 3343-9998
  • E-mail: cndh@mpdft.mp.br
  • Endereço: Sede do MPDFT, no Eixo Monumental, Praça do Buriti, lote 2

Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.

Leia o artigo inteiro
LEFT SIDEBAR AD

Hidden in mobile, Best for skyscrapers.