O Comité Olímpico Internacional (COI) prepara-se para impedir a participação de todas as atletas transgénero nas categorias femininas dos Jogos Olímpicos, podendo anunciar a decisão já no início do próximo ano e aplicá-la nas próximas edições de inverno e verão, avança o jornal britânico The Times.
Até agora, o COI deixava a cada modalidade a decisão sobre a participação de atletas transgénero, impondo apenas que estas competissem com níveis reduzidos de testosterona, através de medicação hormonal.
Contudo, Kirsty Coventry, presidente do organismo desde março, prometeu proteger as categorias femininas, um compromisso que parece agora prestes a ser implementado.
Vantagens físicas apesar dos tratamentos hormonais
Segundo o The Times, a diretora médica e científica do COI apresentou na semana passada aos restantes membros as conclusões iniciais de um relatório sobre atletas transgénero e atletas com diferenças no desenvolvimento sexual.
O documento indica que alguém nascido biologicamente do sexo masculino mantém vantagens físicas mesmo após anos de tratamentos hormonais. A apresentação, considerada "muito científica e factual", recebeu um feedback largamente positivo por parte dos membros do COI.
A decisão, se confirmada, entraria em vigor já para os Jogos Olímpicos de inverno de 2026, em Milão-Cortina. Coventry já havia dado sinais desse caminho em junho, defendendo uma abordagem científica e com envolvimento das federações internacionais, "para garantir a proteção das categorias femininas".
Nos últimos anos, a ausência de regulamentação global do COI levou várias federações a adotar medidas próprias: a World Rugby proibiu atletas transgénero em 2020, a World Athletics e a British Triathlon seguiram o exemplo em 2022, e em 2023 a World Athletics reforçou as restrições.
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O relatório do COI deverá abranger também atletas com diferenças no desenvolvimento sexual, mulheres que apresentam níveis de testosterona acima da média, alterações hormonais ou anatómicas, casos semelhantes aos de Caster Semenya e Imane Khelif.
O caso de Tóquio 2020
Nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, duas figuras transgénero marcaram a competição. Laurel Hubbard tornou-se a primeira mulher abertamente transgénero a competir nas Olimpíadas, participando na prova de halterofilismo.
Já Quinn destacou-se ao tornar-se a primeira pessoa transgénero não-binária a conquistar uma medalha olímpica, ao sagrar-se campeã em futebol feminino com a seleção do Canadá.


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