Com Renata Carvalho, 'Antígona Travesti' tem encontros com o público em locais secretos

Entre os dias 16 de outubro e 30 de novembro, a diretora, atriz e dramaturga Renata Carvalho apresenta “Antígona Travesti”, uma releitura política da tragédia grega de Sófocles. Ambientada em uma fictícia megalópole chamada Tebas, a obra encena o impacto de um golpe de Estado liderado por Creonte, um governante religioso de extrema direita. As sessões são realizadas em locais alternativos e divulgadas apenas a quem entra em contato direto com a produção via WhatsApp, no número +55 11 94067‑3441.

Com Renata Carvalho, ‘Antígona Travesti’ tem encontros com o público em locais secretos. Foto: Lígia Jardim

Criado como uma reunião clandestina, o espetáculo será apresentado em espaços como Vila Maria Zélia, Teatro Taib, Casa 1, Teatro de Arena Eugênio Kusnet e Ocupação 9 de Julho, todos na cidade de São Paulo. A proposta da obra é simular um movimento político real e descentralizado, utilizando o teatro como estratégia de resistência.

Na trama, Antígona administra uma ONG voltada ao acolhimento de pessoas trans. A história se intensifica após o assassinato de sua filha Polinice, uma travesti de 23 anos, cujo sepultamento é proibido por Creonte com roupas femininas ou com o nome social na lápide. Diante da violência institucional, Antígona convoca uma série de reuniões secretas com outras travestis e mulheres trans da cidade, mobilizando resistência contra o autoritarismo do regime instalado.

O elenco é composto por Renata Carvalho no papel principal, acompanhada pelo Coro Travesti formado por Alice Guél, Andreas Mendes, Ave Terrena, Ayo Tupinambá, Daniela D’eon, Maria Lucas e Thays Villar. A iluminação é assinada por Juliana Augusta Vieira, e a produção executiva é de Gabi Gonçalves e Rodrigo Fidelis (Corpo Rastreado).

Renata menciona que a peça foi inspirada por diversas referências, entre elas o livro “O Parque das Irmãs Magníficas”, de Camila Sosa Villada, o musical “Gota d’Água”, de Chico Buarque e Paulo Pontes, e acontecimentos históricos como a Operação Tarântula, de 1987, e o assassinato de Qelly da Silva, em Campinas. “Além da obra de Sófocles, fui inspirada pelo livro ‘O Parque das Irmãs Magníficas’, da argentina Camila Sosa Villada; pelo espetáculo musical ‘Gota d´Água’, de Chico Buarque, Paulo Pontes e Gianni Ratto, baseado em ‘Medeia’; por ‘Mau Hábito’, da espanhola Alana S. Portero, e por fatos reais acontecidos no Brasil, como a Operação Tarântula e a morte da travesti Qelly da Silva, que teve seu coração arrancado e substituído por uma santa”, afirma.

A dramaturgia foi escrita pela própria diretora, que também é fundadora do Movimento Nacional de Artistas Trans (Monart) e autora do “Manifesto Representatividade Trans”. Como transpóloga, Renata pesquisa a construção social dos corpos travestis e trans desde 2007, utilizando seu próprio corpo como sujeito e objeto de estudo.

O projeto nasceu de um convite da atriz Leila Pereira Daianis, presidente da Associação Libellula, na Itália, entidade que presta assistência à população trans, mulheres e imigrantes. A primeira leitura dramática da peça foi realizada em Roma, em dezembro de 2024.

Antígona Travesti
📅 De 16 de outubro a 30 de novembro de 2025
⏳ Duração: 60 minutos
🔞 Classificação indicativa: 16 anos
📍 Locais: Vila Maria Zélia, Teatro Taib, Casa 1, Teatro de Arena Eugênio Kusnet e Ocupação 9 de Julho (São Paulo – SP)
🎟️ Ingressos: R$80 (inteira), R$40 (meia-entrada), R$25 (ingresso amigo)
📲 Para reservar e saber o local e horário da sessão, é necessário escrever para o WhatsApp: +55 11 94067‑3441

Ficha Técnica

Direção e texto: Renata Carvalho
Iluminação: Juliana Augusta Vieira
Produção: Gabi Gonçalves, Rodrigo Fidelis – Corpo Rastreado
Elenco: Alice Guél, Andreas Mendes, Ave Terrena, Tupinambá, Daniela D´eon, Maria Lucas, Renata Carvalho e Thays Villar.
Assessoria de imprensa: Canal Aberto – Márcia Marques, Daniele Valério e Carina Bordalo

Atriz Renata Carvalho vence na categoria “Artivista do Ano” no Poc Awards 2019