ARTICLE AD BOX
Por: Jorge Eduardo Magalhães
O Cine Afrodite ficava nas proximidades da Avenida Augusto Severo, na Glória. Era uma mistura de cinema, boate e teatro, pois ali contava com mesas e cadeiras e funcionava um bar. Havia um palco com apresentações que incluía strip-tease e pessoas transando ao vivo, tudo apresentado por Riva Glitter, um travesti gordo no estilo Divine do filme Pink Flamingos.
Além das apresentações teatrais ou performáticas, com strip-tease e cenas de sexo explícito ao vivo no palco, apresentadas por Riva Glitter e, muitas vezes com sua atuação, também havia um dia na semana em que eram exibidos, em uma espécie de Midnight Movies, toscos filmes com cenas de sexo explícito, como, por exemplo, Taradas e avantajadas, com uma orgia entre o ator paulista Tito Partelli e dois travestis, e Sexo pesado, quando o mesmo ator contracenava em um quarto de motel com Riva Glitter. Esse último era o mais tosco, Com Tito e Riva em sórdidas posições sexuais, quando, inclusive, Tito era o passivo.
Os filmes exibidos no Cine Afrodite eram para os mais variados gostos com cenas de relações apenas entre mulheres, casais héteros, gays, travestis, entre outras preferências. Produções realizadas pela Páris Filmes, uma produtora de quinta categoria, que funcionava em um sobrado da Rua Joaquim Silva, da propriedade de J.C.N, que também dirigia a maioria dos filmes. Os filmes eram rodados ou em quartos de hotéis baratos ou em um apartamento da Rua Taylor.
Nunca existiu nada igual no Rio de Janeiro, o Cine Afrodite era um verdadeiro santuário da cultura underground carioca. Não era uma boate gay, nem de swing, nem de prostituição; era, simplesmente eclética, cujos encontros, sejam do gênero que fossem, eram combinados lá dentro, mas realizados do lado de fora.
O jornal Patrulha Carioca estava sempre lá cobrindo os eventos e divulgando sua programação.
NÃO PERCAM O CAPÍTULO DE AMANHÃ.
Acessem meu blog: http://jemagalhaes.blogspot.com