Brasil registrou 140 assassinatos de pessoas trans em 2021 - ACidade ON

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São Paulo foi o estado com maior número de ocorrências; Em Ribeirão Preto, o assassinato da transexual Milena Massafera ainda continua sem solução

| ACidadeON/Ribeirao - 29/1/2022 10:10


Brasil registrou 140 assassinatos de pessoas trans em 2021 - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em 2021, foram registrados 140 assassinatos de pessoas trans no Brasil. Deste total, 135 tiveram como vítimas travestis e mulheres transexuais e cinco vitimaram homens trans e pessoas transmasculinas.

O número foi menor do que o do ano anterior, quando foram registrados 175 assassinatos de pessoas trans, mas foi superior ao de 2019, no período pré-pandemia, quando foram contabilizados 124 óbitos. O número de 2021 está acima da média desde 2008, de 123,8 homicídios anuais de pessoas pertencentes a esse segmento.

Os dados estão no Dossiê Assassinatos e Violências Contra Travestis e Transexuais Brasileiras em 2021. O estudo foi realizado pela da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) com apoio de universidades como a Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Federal de São Paulo (Unifesp) e Federal de Minas Gerais (UFMG). 

Ranking da violência

O Brasil foi, pelo 13º ano consecutivo, o país onde mais pessoas trans foram assassinadas. Em relação à distribuição geográfica, São Paulo foi o estado com mais homicídios (25), seguido por Bahia (13), Rio de Janeiro (12) e Ceará e Pernambuco (11). Além dos casos no Brasil, foram identificados dois assassinatos de brasileiras trans em outros países, um na França e outro em Portugal.

Os perfis das vítimas não puderam ser completamente traçados. Dos assassinatos com informações sobre a idade - 100 casos -, 53% tinham entre 18 e 29 anos; 28% entre 30 e 39 anos; 10% entre 40 e 49 anos; 5% entre 13 e 17 anos e 3% entre 50 e 59 anos. Quanto à raça, 81% das vítimas se identificavam como pretas ou pardas, enquanto 19% eram brancas. 

As principais vítimas foram as profissionais do sexo - 78% das pessoas mortas identificadas na pesquisa. Segundo a autora, esse perfil majoritário das vítimas indica pessoas "empurradas para a prostituição compulsoriamente pela falta de oportunidades, onde muitas se encontram em alta vulnerabilidade social e expostas aos maiores índices de violência, a toda a sorte de agressões físicas e psicológicas."

O texto informa que as pessoas trans também sofreram intensamente os efeitos da crise sanitária, econômica e social da pandemia da covid-19, com dificuldade de acesso a auxílios governamentais e de obtenção de empregos em empresas. 

Dificuldades com dados 

A pesquisa chama a atenção para a dificuldade de obtenção de dados. Isso ocorre pela ausência de um recorte que contemple as pessoas trans nas estatísticas de secretarias de segurança e de instituições de direitos humanos que recebem denúncias de violações, como no caso do Disque 100.

"Nos casos de assassinatos, muitas vezes esses dados se perdem nos próprios registros de ocorrência. Da mesma forma, nos laudos dos Institutos Médicos Legais, ignora-se a identidade de gênero da pessoa, se destoante do padrão sexual binário", pontua a autora do estudo, Bruna Benevides.

A autora destaca que há um crescimento de iniciativas com repercussões na ampliação da violência contra pessoas trans e que esse segmento é o que sofre mais violações de direitos humanos entre a comunidade LGBTQIA+.

"Temos assistido a um levante contra as discussões sobre linguagem inclusiva de gênero para pessoas não-binárias, projetos de lei antitrans e o discurso que incluiu o ódio religioso contra direitos LGBTQIA+ tem ganhado mais espaço, trazendo impactos significativos no dia a dia", observa. 

Caso Milena   

O suspeito de assassinar a transexual Milena Massafera, encontrada morta há quase 10 meses em Ribeirão Preto, ainda não foi preso pela Polícia Civil.

O corpo foi achado em 10 de abril por parentes que visitaram o apartamento da vítima, na Vila Tibério, zona Oeste. Ela possuía diversos ferimentos pelo corpo, possivelmente causados por faca, segundo a polícia.

Um vídeo registrado na noite de 9 de abril mostra Milena recebendo um homem no imóvel. Ao fim da gravação, o suspeito aparece deixando o local sozinho.

O caso é investigado pela 3ª Delegacia de Homicídios, da Deic (Divisão Especializada de Investigações Criminais), como homicídio simples.

O que se sabe

Por meio das imagens, a investigação identificou que o homem chega à rua Coronel Luís da Cunha em um carro escuro. Ele veste calça, camiseta, chinelo e está com uma bolsa de viagem.

Na sequência, o motorista do veículo deixa o local. Às 23h23, Milena chega em um outro carro, um Hyundai HB 20 branco.

Após o desembarque, o condutor também deixa o local. Em seguida, Milena e o suspeito entram no prédio. Depois de 35 minutos, o homem sai do apartamento e segue por rumo desconhecido.

Dias após o crime, familiares da vítima organizaram um protesto e cobraram justiça para o caso.

Qualquer informação relacionada ao suspeito pode ser comunicada pelos telefones 190 (Polícia Militar) e 181 (Disque Denúncia). O anonimato é garantido em ambos os canais. 

Corpo de Milena Massafera foi encontrado em 10 de abril (Foto: Divulgação / Rede social)

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