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Um ato pedindo justiça pela morte da travesti Safira Meneghel, de 39 anos, foi realizado na manhã deste sábado, 24, na Praça do Ferreira, no Centro de Fortaleza. Safira foi assassinada brutalmente a golpes de paus e pedras no dia 11 deste mês no bairro Conjunto Palmeiras.
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Como destacou a matéria do O POVO no ultimo dia 13, quando foi confirmada a morte, pessoas próximas a Safira destacaram que ela era conhecida por pedir dinheiro a moradores do bairro, e que “nem sequer tinha antecedentes criminais”.
O ato foi realizado pela Associação de Travestis e Mulheres Transexuais do Ceará (Atrac) e contou com a participação de outras entidades, como a Associação Transmasculina do Ceará (Atransce), o Instituto Brasileiro de Transmasculinidades (Ibrat), a União Nacional LGBT e a Mães da Resistência.
A manifestação reuniu dezenas de pessoas e contou, também, com a participação de pré-candidatos a vereador de Fortaleza, como Ailton Lopes e Maya Eliz, ambos do Psol. Amigos e familiares de Safira também estiveram presentes no ato.
Paula Costa, presidente da Atrac, revelou que esteve, na última quinta-feira, 22, com delegadas da Delegacia de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou Orientação Sexual (Decrin) para cobrar respostas sobre a morte de Safira.
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Ela destacou que até o momento não houve nenhum parecer acerca do assassinato e agradeceu aos movimentos que se fizeram presentes no ato na Praça do Ferreira. “Nossa luta é todo dia e toda hora. Cobramos justiça dos poderes públicos e dos governantes que nos deem resposta sobre a morte de Safira”, completou.
Coordenador do Ibrat, o estudante Hélio Corin destacou a importância da união entre as entidades e pontuou que Safira representa agora esse elo. “A gente quer que essas mortes deem essa força para a gente de viver e reestruturar o movimento", salientou.
Reflexões sobre acolhimento também foram levadas ao ato. Uma representante do movimento Mães da Resistência pediu para que pais e mães de pessoas LGBTQIAP+ amem e acolham seus filhos. “A primeira morte dessas pessoas é dentro de casa, então acolham, respeitem. Só o amor constrói”, destacou.
Grande parte das falas realizadas na manifestação pediam políticas públicas para a comunidade LGBTQIAP+ e apontavam a inércia do Estado na proteção dessas pessoas. O caso de Dandara Santos, assassinada violentamente em 2017 no bairro Bom Jardim, foi relembrado por manifestantes, muito por causa da semelhança da brutalidade dos casos.
O POVO solicitou da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) atualizações sobre as investigações do caso. A matéria será atualizada logo que haja resposta.
Com informações do repórter Gabriel Gago
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