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Denúncia aponta que ela constrangeu uma travesti e fez diversas ameaças tentando impedir que ela trabalhasse como garota de programa em uma determinada região da cidade. Condenação é em primeira instância e cabe recurso.
A ex-vereadora Pâmela Volp teve o mandato cassado na Câmara de Uberlândia — Foto: PREP
Um ano e um mês após ser presa durante a Operação “Libertas”, que combateu a exploração sexual contra transexuais e travestis em Uberlândia, a ex-vereadora Pâmela Volp recebeu a primeira condenação na Justiça.
A condenação foi de quatro anos de prisão pelo crime de extorsão. A denúncia, de 2020, aponta que ela constrangeu uma travesti e fez diversas ameaças consideradas graves, tentando impedir que ela trabalhasse como garota de programa em uma determinada região da cidade.
No processo, a vítima contou que se alguém quisesse “fazer ponto” em Uberlândia, teria que pagar R$ 50 por dia para Pâmela. Ela relatou que foi ameaçada e ficou meses sem trabalhar, com medo de ser agredida ou morta. A denúncia ainda aponta que a réu já era conhecida por “controlar os pontos da cidade e de espancar tais profissionais”.
O crime pelo qual Volp foi condenada é pelo artigo 158 do Código Penal, que é “constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa”.
Ao todo, foram quatro anos de prisão em regime inicial aberto, além de 10 dias-multa. A condenação é em primeira instância e cabe recurso. A reportagem procurou a defesa de Pâmela para comentar sobre a sentença e aguarda retorno.
Presídio de Uberlândia I antigo Professor João Pimenta da Veiga , foto de 29/12/2021 — Foto: TV Integração/Reprodução
Na ocasião, a Polícia Penal apurou que Volp vendia produtos como cigarros, material de limpeza, comida e estabelecia juros para os “clientes”, desde fevereiro.
Ainda conforme a ocorrência, se a pessoa não pagasse, poderia sofrer diversos tipos de punição, como perder a alimentação fornecida pela penitenciária e até agressão, como alguns detentos relataram.
Durante as buscas pela cela de Pâmela Volp, foram encontrados diversos produtos de limpeza, cigarros e doces, que foram recolhidos e entregues para a Polícia Militar (PM).
Uma das vítimas, de 24 anos, declarou ter sido agredida por duas pessoas a mando da ex-vereadora. O motivo é que Pâmela criou um teste para identificar se homossexuais presos da ala LBTQIA+ eram "passivos ou ativos" e essa vítima se recusou a fazê-lo, sofrendo as agressões.
Volp também já foi denunciada pelo Ministério Público por uma tentativa de latrocínio ocorrida em 2018 contra uma travesti. Ela também é suspeita de comandar um esquema criminoso desde 1992.
Entre os delitos cometidos pela quadrilha estão: associação criminosa, exploração sexual, manutenção de casa de prostituição, roubo, lesão corporal, homicídio, constrangimento ilegal, ameaça, posse e porte de arma de fogo.
Ex-vereadora Pâmela Volp — Foto: Aline Rezende/Câmara de Uberlândia/Divulgação
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