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Outra luta constante desta população é pelo direito à vida. No Acre, uma pesquisa da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) mostrou que ocorreram três assassinatos de travestis e transgêneros nos últimos oito anos.
A pesquisa nacional, baseada em dados públicos, processos judiciais e matérias na imprensa, não encontrou registros de mortes violentas deste público em 2024, e na maioria dos anos analisados o Acre ficou entre os menores índices do país.
Os números fazem com que a taxa seja de 0,36 a cada 100 mil habitantes.
Assassinatos de pessoas trans no Acre
Fonte: Antra
Apesar disso, pessoas trans ainda precisam lutar por espaço e respeito na sociedade.
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Transexual Fernanda Machado da Silva foi morta a pauladas em junho de 2020, em Rio Branco — Foto: Arquivo pessoal
Um dos casos que consta nas estatísticas analisadas pela Antra ocorreu em junho de 2020, no bairro Preventório, em Rio Branco.
À época, Fernanda Machado da Silva, de 27 anos, estava em um ponto de prostituição no bairro Preventório, em Rio Branco, em junho do ano passado quando foi abordada por homens que a acusavam de ter roubado um celular. Mesmo negando, ela foi agredida e morreu ainda no local.
Em agosto do mesmo ano, dois suspeitos foram presos pelo crime: Rafael Kewiw Braga e Vitor Alexandre, que acabaram condenados a penas individuais de 19 anos e 10 meses de prisão pelos crimes de tortura com resultado de morte, corrupção de menor e organização criminosa.
Em depoimento, familiares confirmaram que Fernanda fazia uso de entorpecentes na rua e também se prostituía, mas que não cometia crimes. Na época, várias entidades ligadas à comunidade LGBTQIA+ no estado lançaram nota e pediram respostas sobre o crime.
Um laudo da polícia técnico-científica do Instituto de Criminalística comprovou que Fernanda foi agredida por uma ou mais pessoas, caindo algumas vezes no chão. Além disso, segundo o documento, as agressões foram com pedras, pedaços de madeira e tijolo. Porém, não foi possível precisar o ferimento que causou a morte da travesti.
“Nós tivemos um dos assassinatos mais brutais que houve, que foi da Fernanda Machado, da minha amiga, que vai sair até um pequeno documentário, que estão produzindo sobre a história do que aconteceu mesmo com a Fernanda antes do assassinato dela”, acrescentou Antonella.
Brasil segue com maior taxa
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Ainda segundo o estudo da Antra, o Brasil se manteve como o país com mais assassinatos de trans e travestis no mundo pelo 16º ano seguido. Em 2024, foram 122 assassinatos.
Para a presidente da Attrac, o índice torna necessária a atenção e luta por direitos desta população. Ela também ressalta a parceria com instituições e órgãos públicos nos esforços por maior visibilidade.
No dia da visibilidade trans, nesta quarta-feira (29), o Ministério Público do Acre vai lançar a cartilha “O que você precisa saber sobre os direitos da população LGBTQIAPN+ - Mudança de nome e gênero de pessoas Trans e Travestis” e também vai assinar um termo de cooperação técnica com o governo do estado para beneficiar o público transgênero.