10 anos do g1 Piracicaba e Região: 10 notícias que gostaríamos de não ter dado na década - G1

Ao longo desta semana, em celebração aos 10 anos do g1 Piracicaba e Região, nossa equipe de reportagem relembra fatos marcantes da década e mostra as grandes transformações pelas quais a região passou e que foram noticiadas pelo portal. Acompanhe a página especial sobre o aniversário.

A década começou com a morte de trabalhadores no anel viário de Piracicaba. Alguns crimes, como a cantora gospel suspeita de matar o marido e o assassinato da ex-vereadora travesti Madalena Leite causaram repercussão no país.

A designer morta grávida pelo amante e a morte da estudante da Unicamp numa tentativa de estupro foram duas entre as inúmeras vítimas de crimes contra a mulher na região.

Veja abaixo 10 notícias que não gostaríamos de ter dado nos últimos anos.

Na noite do dia 19 de agosto de 2012, o monsenhor Jamil Nassif realizava uma missa na Catedral de Santo Antônio em Piracicaba, quando foi esfaqueado no tórax. Ele tinha 72 anos à época e era pároco na catedral.

A Guarda Municipal prendeu Luiz Fernando Gonçalves, de 24 anos. Segundo depoimentos, ele tinha entrado na igreja pela lateral e ficou observando por alguns minutos os quadros na parede. Em seguida, ele correu pela igreja e atacou o padre, que conduzia o sermão.

No momento de sua prisão, ele não aparentava estar sob efeito de drogas ou embriaguez. Gonçalves foi indiciado por homicídio, dizendo ter feito o atentado "em nome de Deus". Após o ataque, a catedral chegou a suspender as celebrações, voltando ao normal dois dias depois.

Os trabalhadores estavam colocando vigas sobre um pilar, que possuía formato em T, fixado no Rio Piracicaba, quando, ao tentar colocar a décima viga, todas as outras nove e o pilar vieram abaixo. Os mortos tiveram lesões múltiplas e se afogaram, segundo a perícia feita à época.

O acidente não era o primeiro na obra. Em maio do mesmo ano, dois operários ficaram feridos após o rompimento de um cabo de sustentação, atingindo as pernas dos funcionários, que ficaram "presos" a 15 metros de altura.

De acordo com a denúncia do Ministério Público, a cantora teria matado o marido com a ajuda de um suspeito, que nunca foi identificado, após descobrir que ele tinha um caso extraconjugal. Ela conseguiu o habeas corpus, deixando a penitenciária dois meses depois, quando passou a responder ao crime em liberdade.

A versão dela é que o guarda teria contado a ela que estava sendo ameaçado por um homem, que havia comprado um carro da vítima, por dificuldades de transferir o veículo.

Em abril de 2019, a cantora foi condenada a 21 anos de prisão. A defesa recorreu da decisão e ela continua respondendo ao crime em liberdade. O novo julgamento ainda não tem data para acontecer.

Segundo a Polícia Militar, os criminosos entraram na agência, renderam o gerente, reconheceram os malotes do cofre e, ao tentarem fugir, foram surpreendidos pelo policial à paisana, que atirou. Houve troca de tiros e outros dois criminosos, além do funcionário de um bar próximo, ficaram feridos.

Segundo a PM, a quadrilha já era monitorada também pela Polícia Federal. Além dos suspeitos mortos, havia ao menos mais seis pessoas envolvidas no crime, incluindo vigilantes da agência. Quatro homens que ainda estavam dentro da agência bancária foram detidos.

Na manhã do dia 2 de outubro de 2015, o então prefeito de Elias Fausto (SP), Laércio Betarelli (PSDB), de 58 anos, foi assassinado com seis tiros. Ele estava no bairro Carimã, sozinho, realizando uma visita a uma obra de canalização de um córrego, quando uma caminhonete se aproximou e o ocupante realizou os disparos.

Betarelli já havia sido prefeito por duas gestões, de 1997 a 2000, e de 2005 a 2008. Quando concluiu o inquérito sobre o caso, a Polícia Civil apontou o empresário Sérgio Vicente Picão, de 42 anos, como mandante do crime. Thiago Gomes Calado foi preso responsável por dirigir a caminhonete e efetuar os disparos, recebendo R$ 20 mil.

A motivação do crime foi econômica, segundo a investigação, pois Picão pretendia lançar loteamentos irregulares em Elias Fausto, mas os planos sempre eram frustrados por iniciativas do executivo.

Em novembro de 2021, a Justiça condenou Calado a 21 anos de prisão em regime fechado. Picão ainda será julgado porque interpôs mais recursos contra a sentença de pronúncia - decisão que decide que o caso deve ser julgado pelo tribunal do júri.

O corpo dela foi encontrado no imóvel, no bairro Vila Cristina, que ficava a cerca de quatro casas depois de onde a jovem morava. No dia da morte, Jéssica Miranda Flores foi vista por uma mulher dentro de um veículo com um homem, mas a polícia descartou a participação dele no crime.

Na noite de 4 de janeiro de 2017, um recém-nascido foi encontrado pela Polícia Militar em Piracicaba, ainda com o cordão umbilical, abandonado na zona rural da cidade. O menino estava enrolado em uma toalha, em uma caixa de papelão, dentro de uma bolsa de mão.

A mãe da criança foi identificada no dia seguinte pela Polícia Civil, uma menina de 11 anos. A mãe da menor confessou que fez o parto na casa da família e avisou o marido, que descartou o bebê em frente a uma chácara do bairro Itaperu. A suspeita da polícia era de que a menina era abusada sexualmente pelo pai, de 36 anos, que foi preso preventivamente.

O pai negou o crime e a mãe alegou não saber que ele era suspeito de engravidar a própria filha. Segundo depoimento à polícia, a mãe da menina disse que, por diversas vezes, perguntou quem era o pai, mas a garota dizia que isso pode acontecer citando a Virgem Maria, que teve um filho sem ter relação sexual.

A investigação da polícia revelou que a jovem foi esfaqueada após uma tentativa de estupro. Ela saía de uma academia de ginástica no dia anterior quando foi pega pelo suspeito e levada para uma mata, a poucas quadras da universidade. O crime gerou comoção em Limeira, provocando protestos dos estudantes da Unicamp pela falta de segurança no entorno do campus.

No dia 26 de abril de 2017, uma designer de Saltinho foi encontrada morta. O carro dela tinha sido abandonado dois dias antes em um canavial em Rio das Pedras. No mesmo dia em que o corpo foi encontrado, o suspeito do crime foi preso.

A vítima, Denise Stella, tinha 31 anos e estava grávida de dois meses. Ela mantinha um relacionamento secreto com o autor do crime, que era casado e gerente da fábrica de roupas onde ela trabalhava.

Na época do crime, Cristiano Gilberto Romualdo confessou ter matado Denise, e afirmou que teria se negado a romper com a esposa para ficar com a designer. Segundo a versão dele, a vítima não teria aceitado o fim do relacionamento, houve uma discussão e durante a briga ele a matou.

Para o Ministério Público do estado (MP-SP), ele a matou asfixiada com o cinto de segurança do carro porque a designer estava grávida dele. Em junho de 2019, Romualdo foi condenado a 31 anos e dois meses de prisão em regime fechado por matar a designer.

Como líder social, foi presidente do centro comunitário do bairro Boa Esperança e foi candidata a vereadora quatro vezes (1988, 2004 e 2008 e 2012), obtendo os votos suficientes para se eleger no último. Era considerada um ícone na cidade, chamando a atenção por andar pelas ruas usando roupas e acessórios femininos.

Três homens foram presos suspeitos de envolvimento no assassinato. Segundo investigação, testemunhas relataram que havia um desentendimento sobre o papel de liderança comunitária do bairro entre a vítima e uma das pessoas envolvidas no crime.