10 anos de g1 Piauí: os crimes que marcaram a década - Globo.com

O g1 Piauí esteve na cobertura deles na última década e, nesta semana em que completa 10 anos, elencamos alguns crimes de maior repercussão ocorridos no Piauí neste período.

Caso Fernanda Lages - 2011

O caso aconteceu em 2011, mas durante os últimos 10 anos o crime continuou tendo repercussões. A jovem Fernanda Lages Veras, 19 anos, foi achada morta nos fundos do prédio em construção do Ministério Público Federal, na Avenida João XXIII, em Teresina, no dia 25 de agosto de 2011.

Contudo, o MP concluiu que o caso tratou-se de um homicídio qualificado, baseado principalmente em relatos de pessoas bastante próximas da estudante e em depoimentos de testemunhas que viram Fernanda no local de sua morte momentos antes. Em 2020, o MP pediu arquivamento do caso por falta de provas para comprovar autoria de um possível crime e impossibilidade de obtê-las.

Caso Makelly Castro - 2014

Um dos adolescentes, Gleison Vieira da Silva, 17 anos, foi assassinado no Centro Educacional Masculino (CEM), onde dividia o mesmo alojamentos com os outros três coautores. Ele foi espancado até a morte pelos companheiros, por ter sido o delator do caso. Eles também foram condenados por esse crime.

Uma grave colisão no dia 26 de junho de 2016, no cruzamento entre a Avenida Miguel Rosa e a rua Primeiro de Maio, no Centro de Teresina, mudou para sempre a vida do jornalista Jader Damasceno e matou os irmãos Francisco das Chagas e Bruno Queiroz.

Eles saíam do Parque da Cidadania, onde trabalhavam num quiosque, quando foram atingidos pelo carro de Moaci Moura. Segundo denúncia do Ministério Público, o acidente foi provocado por Moaci Moura, que dirigia em alta velocidade, estava alcoolizado e invadiu o sinal vermelho.

Moaci Moura da Silva Júnior foi condenado a 14 anos de prisão em regime fechado após julgamento no Tribunal do Júri. Ele foi considerado culpado pelos crimes de homicídio simples contra os irmãos Bruno Queiroz e Júnior Araújo e lesão corporal contra Jader Damasceno.

A Justiça condenou ainda ele a pagar R$ 112 mil em indenizações ao Jader Damasceno, que perdeu a visão do olho direito e teve paralisia na face, que lhe dificulta a fala e mastigação, e perdeu parte da audição do ouvido direito.

Bruno, Júnior e Jader eram membros do Coletivo Salve Rainha, um grupo de artistas teresinenses que organizou dezenas de eventos culturais em espaços da capital que estavam abandonados pelo poder público, aproveitando os locais para criar exposições de arte, música e dança.

Em 2017 foi criada a Praça Francisco das Chagas Araújo Júnior, um espaço revitalizado no vão debaixo da ponte Juscelino Kubitschek, local de uma das edições do Salve Rainha. A praça recebeu o nome de Júnior porque ele era o líder do coletivo.

Caso Iarla lima e Caso Camilla Abreu - 2017

Em 2017 ocorreram dois dos feminicídios que mais marcaram a memória dos piauienses. Camilla Abreu e Iarla Lima foram vítimas de seus companheiros, as duas estudantes e mortas de forma semelhante: após uma discussão, a tiros, dentro do carro dos autores dos crimes.

A estudante de arquitetura Iarla Lima foi vítima de feminicídio em 19 de junho de 2017, na Zona Leste de Teresina. Ela e o namorado, o ex-tenente do exército José Ricardo da Silva Neto, a irmã e uma amiga da vítima, Ilana Lima e Josiane Mesquita, saíam de uma festa.

O motivo seria ciúmes, após ela ter dançado com outros homens na festa. Ele ainda fez disparos contra a amiga e irmã da vítima que ficaram feridas. Elas saltaram do carro e ele levou o corpo de Iarla, que foi encontrado dentro do carro do oficial no estacionamento do prédio onde ele morava.

O policial alegava que a tinha deixado na casa do pai, depois de saírem, e não a tinha visto mais. Ele chegou a dizer que o tiro havia sido acidental, mas o laudo pericial descartou a possibilidade. Amigos e familiares relataram que o ex-PM era violento com a jovem.

Caso Aretha Dantas - 2018

O ano de 2018 teve como triste destaque os feminicídios, crimes por motivação de gênero ou violência doméstica contra as mulheres. Foram pelo menos cinco casos de grande repercussão.

Familiares relataram que a vítima sofria agressões do ex-namorado e, enquanto estavam juntos, frequentemente tinha hematomas no corpo. Eles relataram ainda que após idas e vindas no relacionamento, os dois terminaram.

Segundo a investigação da polícia, a discussão entre os dois policiais começou no momento em que a vítima abordou Francisco, filmando com o celular, quando percebeu que ele tinha dois volumes nas calças, que indicavam ser duas armas de fogo, e estava com uma motocicleta sem placa. O vídeo do momento foi divulgado pela família dois anos após o crime (veja abaixo).

O MP recorreu da sentença, pedindo novo julgamento, por considerar a pena branda para o caso, mas a Justiça ainda não deu parecer favorável. O ex-PM está preso pela morte de Samuel.

Caso Maria Vitória - 2020

A polícia informou que os autores foram identificados, mas não tiveram seus nomes informados. A polícia também não divulgou, até o momento, se eles foram localizados e presos. Conforme as investigações, uma disputa de facções criminosas teria levado ao tiroteio que matou a menina.

Caso Izadora Mourão, adolescentes cavaram as próprias covas e estudante de medicina é acusado de estuprar irmãs e garotos assassinados - 2021

A advogada Izadora Mourão foi assassinada a facadas no dia 13 de fevereiro de 2021, na residência onde ela vivia com o irmão, o jornalista João Paulo Mourão, e a mãe, Maria Nerci Mourão, em Pedro II.

• Garotas cavaram as próprias covas antes de morrer

O crime aconteceu em 20 de março de 2021, depois que elas deixaram suas casas, em Teresina, e foram achadas no dia seguinte na cidade de Timon (MA).

Conforme a Justiça, as provas indicaram que o crime foi motivado por disputa entre facções criminosas. Os acusados seriam pertencentes ao Bonde dos 40 e as jovens estariam em contato com membros do PCC.

• Estudante denunciado por estupro de vulnerável

Ele foi indiciado, teve a prisão decretada em 7 de outubro de 2021 e está foragido desde então. Em julgamento que aconteceu à revelia, ele foi condenado a 33 anos de prisão por dois dos casos denunciados.

O advogado que o representava deixou o caso e não se sabe, no momento, quem é o responsável pela defesa de Marcos Vitor e nem onde ele está.

• Luian Ribeiro e Anael Colin

Os acusados de torturar e matar os jovens são o servidor público Francisco das Chagas Sousa, de 70 anos, o advogado Guilherme de Carvalho Gonçalves Sousa e o empresário João Paulo de Carvalho Gonçalves Rodrigues, sobrinho do idoso.

Menina foi vítima de estupros e engravidou duas vezes - 2022

Ela estava acolhida em um abrigo, com o filho fruto do primeiro abuso sexual, quando a gestação foi percebida. Durante vários dias, a família ainda não tinha entrado em um acordo sobre se a menina passaria ou não pelo aborto legal. Ela passaria por exames médicos e avaliação psicológica para a decisão, que não foi informada à imprensa.

Ao g1, a delegada Lucivânia Vidal, revelou que os homens pertenciam ao núcleo familiar da vítima. Ela disse ainda que apuraria novamente as informações sobre o estupro que levou à primeira gestação. As informações sobre as investigações foram mantidas em sigilo e os resultados não foram divulgados.

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