Visibilidade Trans: no país que mais mata transexuais no mundo os desafios são grandes e as dificuldades são diárias ... - Hojemais

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O mês de janeiro foi marcado por ações e o levantamento da pauta da visibilidade trans, um assunto muito importante mas que ainda não recebe a atenção que merece. O dia 29 de janeiro é conhecido por ser o Dia da Visibilidade Trans mas, ao se pesquisar mais sobre o assunto e conversar com pessoas da comunidade trans é possível entender que nossa sociedade ainda tem um caminho muito longo a percorrer para garantir direitos e acolher essas pessoas.

O QUE SIGNIFICA SER TRANSEXUAL?

Uma pessoa transexual é alguém que não se identifica com o gênero que lhe foi atribuído no nascimento. Assim, podemos utilizar o termo “mulher trans” ou “pessoa transfeminina” para se referir a alguém que foi designado homem, mas se entende como uma figura feminina. Já o termo “homem trans” ou “pessoa transmasculina” é indicado para tratar uma pessoa que foi designada mulher, mas se identifica com uma imagem pessoal masculina.

BRASIL: O PAÍS QUE MAIS MATA TRANSEXUAIS E TRAVESTIS

De acordo com o ranking anual da Transgender Europe, o Brasil figura como o país que mais mata essa população no mundo pelo 14º ano consecutivo. Segundo esse levantamento, de outubro de 2021 a setembro de 2022 foram registrados 327 casos de assassinatos de pessoas transexuais e travestis em todo o mundo, dos quais, 96 ocorreram no Brasil.

Em outro levantamento, a ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transexuais) estima que só em 2022, pelo menos 131 pessoas transexuais e travestis, com idade entre 26 e 35 anos, foram mortas no Brasil.

Um outro fator preocupante é que, pessoas travestis e transexuais tem mais dificuldade em continuar processos escolares e de serem inseridos no mercado de trabalho, isso por conta do preconceito que sofrem muitas vezes pelo seu perfil físico. Consequentemente, transexuais e travestis são excluídos e levados às margens da sociedade.

Foto: Paulinha Martinelly, gestora lgbt, empregada doméstica e estudante de pedagogia.

Esses dados revelam o quanto o Brasil apresenta um cenário de insegurança e violência para pessoas transexuais e travestis. Paula Martinelly, transexual, gestora LGBT, empregada doméstica e estudante de pedagogia três-lagoense falou um pouco sobre essa realidade.

“Minha trajetória tem sido de muita luta e resistência em um país extremamente transfóbico. Nenhum trans vive e sim sobrevive em meio de um país machista, misógino, coronelista, onde nossos corpos não ocupam os espaços ao serem vetados por uma sociedade alienada a segregação e não a inclusão” informou.

Paula conta que já foi vítima de inúmeros ataques transfóbicos em que as pessoas xingam e dizem palavras de baixo calão. Para ela, atualmente os governos não fazem o suficiente pela comunidade trans. “Existe uma grande demanda na área social, jurídica, da saúde, segurança e maior inclusão no mercado de trabalho. Existem algumas ONGs que tentam agregar mas existe uma cultura de ódio na sociedade contra nós”, afirmou.

O caminho para uma sociedade igualitária e que respeita a comunidade trans ainda é longo mas Paula deixa uma mensagem importante: “Todo ser humano é feliz quando ele contribuiu para com a felicidade do outro através da empatia, equidade e sororidade. Precisamos lembrar que corpos transexuais existem e necessitam ocupar espaços, que essas pessoas vivem na vulnerabilidade, mas anseiam pela inclusão social e reconhecimento da sua essência sem nomenclatura. Lutam por respeito e direitos igualitários sem mordaça do preconceito e sim o sonhado triunfo da igualdade”, pontuou.

Conheça abaixo algumas pessoas da comunidade trans de Três Lagoas que lutam todos os dias por respeito e inclusão.

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