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Praticante da Quimbanda, ela buscou adaptar o culto aos seus ancestrais em solo brasileiro, o que resultou em sua denúncia à Santa Inquisição por feitiçaria e também pelo comportamento considerado indecente. Mesmo assim, resistiu e se tornou um símbolo de luta e representatividade para a comunidade LGBTQIAP+.
Em conversa com o UOL, Jack confessou que temia a aceitação do tema e, inicialmente, nem apresentaria o enredo como sua primeira sugestão. "Mas, na hora, me senti encorajado e acabei falando. Foi aceito de primeira, numa conversa que não durou nem cinco minutos."
A pesquisa, no entanto, exigiu tempo e esforço, pois não há registros precisos sobre Xica Manicongo. Para garantir fidelidade à história, o carnavalesco buscou informações com organizações como a Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais):
"Havia muitas lacunas a preencher. Conheci a Quimbanda para me orientar em outra perspectiva e fui surpreendido pela experiência espiritual. Comecei a receber uma tentativa de comunicação. O que me faltava em termos de pesquisa fria foi preenchido pela boca da própria Xica Manicongo."
Agora, Jack espera que a história de Xica ecoe e inspire mais pessoas, ampliando a luta por visibilidade e respeito.
Quando o enredo pergunta, no título, 'Quem Tem Medo de Xica Manicongo?', queremos colocar as pessoas contra a parede e, ao mesmo tempo, aproximá-las. A gente quer acabar com o medo das duas partes, tanto da comunidade trans e travesti, porque são vítimas de violência constante, e também de uma parte da sociedade que não convive com essas mulheres incríveis. Jack Vasconcelos