Transexual Érica é internada em hospital de Mogi após ser atacada, em Jundiapeba - O Diário

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Polícia apura a agressão que teria sido cometida pela cabeleireira Kimberly

A transexual Érica Silva está internada na Santa Casa de Misericórdia de Mogi das Cruzes, após ter sido agredida por uma outra transsexual, Kimberly, na avenida Vereador Nito Sona, no Distrito de Jundiapeba. O Fórum Mogiano LGBT busca informações sobre a ocorrência que reforça o clima de violência vivido por essa parcela da população em Mogi das Cruzes.

O crime contra Érica foi registrado na madrugada de segunda-feira e deverá ser investigado pela Polícia.

Segundo o presidente e fundador do Fórum Mogiano, o designer gráfico Gustavo Don, o registro confirma a difícil situação das transsexuais da cidade, que "estão em vulnerabilidade social, sem atenção do poder público. Quando não são assasinadas por transfobia, ocorrem esses casos de violência entre elas que também é reflexo da opressão, do preconceito que as colocam nessa marginalização".

De acordo com Gustavo Don, mineiro de Divinópolis que reside em Mogi das Cruzes há 22 anos, os assassinatos e outros crimes resultam da falta de políticas públicas de saúde, educação e trabalho para um grupo alvo do preconceito social e transfobia.

Dois casos mais recentes escancaram o nível de desamparo, e mobilizaram entidades da cidade e região..

Um deles foi a morte de Nataly Lily, que até hoje não teve o corpo encontrado, apesar de o caso ter sido esclarecido pelo delegado Rubens José Angelo e os acusados pelo assassinato estarem foragidos (lembre o caso)

Mas recentemente, a comunidade mogiana perdeu Lola Santos, também morta friamente dentro do próprio apartamento (confira reportagem).

Para o militante Gustavo Don, uma mudança nesse quadro depende do poder público e da Justiça. "O caminho seria o poder público, a Prefeitura criar políticas públicas de inserção dessa população na sociedade, como por exemplo, auxílio para formação profissional ou retorno aos estudos, já que muitas acabam desistindo de estudar por causa da discriminação e ainda o direcionamento para o mercado de trabalho. Nós sabemos que a Prefeitura tem alguns programas, mas é preciso pensar em como atingir essa população e fazer com que essas pessoas se sintam seguras nestes espaços", afirma, clamando, ainda, por mais segurança pública.

Sem Conselho

Apesar de iniciativas, como as do Fórum Mogiano, que acolhe jurídica e socialmente parte das vítimas de violência, a cidade segue com poucos recursos específicos para atender esses cidadãos.

Gustavo Don lembra que Mogi das Cruzes não possui um Conselho Municipal LGBT e nem um Centro de Referência dos Direitos LGBT, órgãos reivindicados nos últimos anos.

"Esses projetos constam no Plano Municipal de Assistência Social de Mogi das Cruzes que encerra neste ano e até agora não foram colocados em prática", lamenta ele.

Sem esse tipo de acompanhando, bandeiras e pressões por respostas, por exemplo, para os assassinatos já ocorridos, são prejudicadas.

Com a falta dessas referênciais, afirma o coordenador do Fórum Mogiano LGBT, fundado há 8 anos, o grupo, "quando toma conhecimento destes casos procura auxiliar no que for preciso, inclusive com assistência jurídica ou social. Nós sempre incentivamos que as pessoas registrem a ocorrência, caso precisem podemos acompanhar até a delegacia e ajudar com advogado"

No Estado de São Paulo há uma delegacia online específica para casos de discriminação e preconceito.

O atvista lembra que a criação de um conselho específico foi uma promessa de campanha do prefeito Caio Cunha (PODE). "A atual secretária de Assistência Social, a Celeste, acompanhou toda a nossa luta pelo conselho nas gestões anteriores, eu estive na SEMAS junto com outros membros para uma reunião com a secretária e estamos elaborando uma anteprojeto, atualizando alguns pontos do texto que tinha sido apresentado em 2015 à Câmara, inclusive o nome que antes era Conselho da Diversidade Sexual e agora será Conselho Municipal dos Direitos da População LGBT", conta ele

Apesar de o prefeito não ter se pronunciado ainda publicamente sobre isso, Gustavo Don aposta que "podemos ter um diálogo para a construção deste conselho e de outras políticas públicas".

Até se concretizar essa antiga luta, o Fórum Mogiano é território de discussões e atenção à vítimas de violência. O whatsApp é do 9-8131-0044.

Denúncias e contatos podem ser feitos ainda pelo e-mail: forumogianolgbt@gmail.com ou nas redes sociais do Fórum.

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