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A procuradora-geral de Justiça do Ministério Público do Espírito Santo (MPES), Luciana Andrade, publicou, nesta terça-feira (28), portaria que garante "a todas as pessoas transgênero, transexuais e travestis" o uso do banheiro conforme sua identidade de gênero no âmbito da instituição.
Isso quer dizer que membros do MP, advogados e pessoas que acessem as dependências do órgão podem usar o banheiro que bem entenderem. Tanto na sede, em Vitória, quanto em qualquer unidade do MPES no estado.
"Art. 2º O uso do banheiro conforme a identidade de gênero será observado independentemente de realização de cirurgia de
redesignação sexual", destaca a a Portaria nº 620, de 27 de junho de 2022.
E mais:
"Art. 3º É vedada a criação de espaços de uso exclusivo para pessoas travestis e transexuais".
A portaria considera que o uso do banheiro conforme a identidade de gênero foi disciplinado pelo Ministério Público da União desde 2018.
O texto também registra que "obrigar uma pessoa a utilizar banheiro não correspondente a sua identidade de gênero configura tratamento desumano e cruel, expondo-a à humilhação, com possibilidade de lhe causar profundos danos psicológicos".
E leva em conta "os fundamentos constitucionais da cidadania e da dignidade da pessoa humana, bem como o objetivo da República Federativa do Brasil de promover o bem de todas e todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação".
CÂMARA DE VITÓRIA
É algo bem simples o que a portaria prevê e não deveria causar nenhum estardalhaço.
Na Câmara de Vitória, no entanto, não é bem assim. Diversos vereadores são pré-candidatos a deputado estadual ou a deputado federal e precisam chamar a atenção em pleno ano eleitoral.
No pleito passado representantes do chamado conservadorismo foram alçados ao parlamento municipal e a maioria integra a base de apoio ao prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos).
Assim, a atuação dos vereadores pauta-se mais por gritos estridentes contra os princípios exarados pelo MPES na portaria e menos pela fiscalização dos atos do Executivo municipal que, frise-se, junto com o processo legislativo, é a função dos parlamentares.
Cabe a Pazolini vetar ou sancionar a medida.
A bem da verdade, pouco importa para os vereadores se o projeto vai virar ou não realidade. O que eles precisavam era gerar conteúdo para seus potenciais eleitores, querem mostrar-se "defensores da família" e de valores que dizem considerar cristãos.
A DEFINIÇÃO
A portaria assinada pela procuradora-geral de Justiça estabelece o seguinte:
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