Suspeita de fazer cirurgias clandestinas é presa por mortes

6 months ago 231
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A travesti Skalet, de 53 anos, é suspeita de fazer cirurgias plásticas clandestinas em pessoas trans e travestis, que resultaram na morte de clientes. Segundo a Polícia Civil (PC-PR), ela atuava como "bombadeira", termo usado para pessoas que não possuem formação médica e aplicam silicone industrial ou outras substâncias para modificação corporal, especialmente em mulheres trans e travestis.

De acordo com o delegado Luis Gustavo Timossi, Skalet tinha como alvos principais pessoas trans e travestis para aproveitar da vulnerabilidade social deste grupo, que tem dificuldade de acesso a procedimentos estéticos regulares.

Ela morava em São Paulo, mas, de acordo com as investigações, fazia viagens para todo o Brasil para realizar as aplicações de silicone industrial. Conforme o delegado, ainda não é possível saber quando ela começou atuar nesses procedimentos, mas a primeira vítima dela foi registrada na cidade de Marília (SP), em 2019.

Skalet foi indiciada por homicídio e exercício ilegal da medicina. Juntos, os crimes têm pena prevista de até 22 anos de prisão pelo Código Penal. A legislação ainda prevê que se o exercício ilegal de medicina é praticado com o fim de lucro, aplica-se também multa.

O delegado afirma que a suspeita ainda não possui defesa habilitada.

Suspeita de fazer cirurgias plásticas clandestinas em pessoas trans é presa por mortes

Suspeita de fazer cirurgias plásticas clandestinas em pessoas trans é presa por mortes

Vítima do Paraná pagou R$ 1,5 mil pelo procedimento

Cristiane Andrea da Silva tinha 39 anos — Foto: Cedida pela Polícia Civil

Cristiane Andrea da Silva tinha 39 anos e atuava como cabeleireira em Ponta Grossa. Segundo as investigações, ela pagou R$ 1,5 mil pela aplicação de silicone industrial (PMMA), realizado por Skalet.

Ela teve complicações após o procedimento e morreu. Skalet fugiu logo em seguida.

A vítima foi encontrada e socorrida pelo marido, mas morreu durante atendimento médico em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), explica Timossi.

"A vítima faleceu após a aplicação de silicone industrial em seu corpo, em um ambiente descrito pelos peritos como totalmente insalubre e inadequado para procedimentos médicos", afirma.

Após a morte, a equipe médica acionou a polícia, que conseguiu identificar a suspeita e, agora, prendê-la.

Imagens mostram local em que suspeito fez cirurgia em Cristiane, segundo delegado — Foto: Polícia Civil

Material é proibido pela Avisa

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proíbe o uso de silicone industrial para procedimentos estéticos. A substância, que serve para a limpeza de carros e peças de avião e impermeabilização de azulejo, pode causar deformações, dores, dificuldades para caminhar e infecção generalizada.

"Esses procedimentos, realizados de forma clandestina, oferecem alto risco à saúde e podem levar à morte", afirma o delegado.

Skalet atuava na aplicação de silicone industrial e viajava o Brasil para realizar os procedimentos. — Foto: Polícia Civil

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