Setembro Amarelo: 'Canal Direto' aborda saúde mental de LGBTs - Jornal de Araraquara

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Assessora de Políticas LGBTQIA+, Erika Matheus, participou do programa e falou sobre a importância do apoio emocional e do combate ao preconceito para a prevenção do suicídio

A assessora de Políticas LGBTQIA+ da Secretaria de Direitos Humanos e Participação Popular, Erika Matheus, participou do “Canal Direto com a Prefeitura” nesta quinta-feira (15) e abordou o tema do “Setembro Amarelo” com enfoque na comunidade LGBTQIA+.


O “Setembro Amarelo” é o mês de conscientização sobre a prevenção do suicídio. O mês foi escolhido em alusão ao Dia Mundial de Prevenção do Suicídio (10 de setembro).

Erika explicou que muitas vezes a população LGBT é levada a cometer suicídio devido à discriminação e ao preconceito, que podem ter início dentro do próprio núcleo familiar. Assim como em toda a população, a faixa etária que merece mais atenção é a de LGBTs entre os 15 e os 30 anos de idade.

A Assessoria LGBTQIA+ tem interlocução direta com os serviços da rede municipal de saúde para prestar o atendimento necessário. “Quando a gente encontra algum LGBT que procura esse serviço do atendimento psicológico e ele apresenta um sintoma em saúde mental, a gente faz uma articulação com a rede pública. Um exemplo é o CAPS-II, que trata esses quadros graves em relação à depressão e às características que evidenciam que a pessoa quer tirar a própria vida. Então, a gente auxilia em acompanhamento com esse equipamento específico aqui do município”, relatou Erika.

Segundo a assessora, o risco de casos de suicídio é maior dentro da população transexual. “É muito importante que nesse processo nós identifiquemos qual a ‘letrinha’ [de LGBTQIA+] em que ocorrem mais essas incidências. Por que eu digo isso? A população LGBT, em geral, traz essas características em relação ao suicídio, mas existe esse recorte específico em relação à população trans. Em Araraquara, em dezembro, nós tivemos, em menos de 15 dias, dois suicídios de duas mulheres trans, uma de 16 anos e uma de 21 anos. Então, a gente vê como esse problema é grave”, afirmou.

O apoio emocional e o acolhimento são fundamentais nessas situações, relatou Erika. “Não basta apenas a gente ter uma atitude do tipo ‘ah, eu não sou preconceituoso, até tenho LGBTs aqui em casa’. Não. Essa fala é clichê e não demonstra absolutamente nada. É importante que a gente tenha essa conscientização dentro do próprio núcleo. Apoiar a pessoa LGBT que se descobre ali dentro de casa, seja um gay, uma lésbica, uma pessoa bissexual ou, especialmente, uma pessoa trans. A partir desse apoio que se encontra dentro de casa é que a pessoa encontra forças para enfrentar o que tem lá fora. Se fora já é difícil, a gente tem que dar esse conforto, esse acolhimento, dentro de casa. Os índices provam que a pessoa LGBT que tem apoio da família tem menos risco de se suicidar”, informou.

A Prefeitura inaugurou em junho a Casa de Acolhimento às Pessoas LGBTQIA+ “Ricardo Corrêa da Silva”, localizada no Santa Angelina. O local oferece acolhimento a LGBTs que estão em situação de abandono, em situação de rua ou que não têm mais vínculo com a família.

“A gente percebe que, entre a população LGBT e preta, esse índice acaba sendo mais alto. São as pessoas mais acolhidas pela unidade. A casa oferece o acolhimento para LGBTs de 18 a 59 anos e vai utilizar de toda a rede pública para que essa pessoa tenha sua ressocialização e volte para a sociedade com toda a sua autonomia”, destacou a assessora.


E o Centro de Referência e Resistência LGBTQIA+ Nivaldo Aparecido Felipe de Miciano (Xuxa), na região central, é quem é a ‘porta de entrada’ e faz o encaminhamento desses casos para a Casa de Acolhimento.

Outra opção para pedir ajuda é o Disk LGBTfobia, que também oferece apoio psicológico. “Disk LGBTfobia serve para amparar a LGBT emergencialmente no que ela precisar. O telefone, a grosso modo, é para casos de violência, mas caso a pessoa sinta necessidade diante desse contexto da saúde mental, ela pode estar ligando para o disque-denúncia, que funciona 24 horas, para que de fato a gente ajude essa pessoa o mais rápido possível”, explicou Erika. O telefone do Disk LGBTfobia é o (16) 99735-5167.

Também no “Canal Direto”, Erika falou sobre as outras ações da assessoria na área da Saúde e lembrou que Araraquara terá um Ambulatório Trans em breve — a unidade está sendo construída no Quitandinha, anexa à futura sede do NGA 3, e atende pedido da população na plenária temática LGBT do Orçamento Participativo.

O “Canal Direto com a Prefeitura” vai ao ar de segunda a quinta-feira, às 12h30, na página do Facebook da Prefeitura. A íntegra do programa desta quinta (e dos anteriores) continua disponível para visualização.

SERVIÇO

Disk LGBTfobia (também disponível para saúde mental): (16) 99735-5167

Centro de Referência e Resistência LGBTQIA+ Nivaldo Aparecido Felipe de Miciano (Xuxa)
Endereço: Avenida Espanha, nº 536, Centro
Telefone: (16) 3339-5002

Casa de Acolhimento LGBTQIA+ Ricardo Corrêa da Silva (mediante encaminhamento do Centro de Referência)
Endereço: 
Rua Voluntários da Pátria, nº 3340, Santa Angelina

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