Rede, Psol e PCB põem em pauta racismo na política - Folha de Pernambuco

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Lideranças locais da Rede, Psol e PCB estão preocupadas com a pouca representatividade das minorias¸ sobretudo pessoas pretas, na cena política do estado. Para discutir essas questões, os três partidos promovem, no próximo dia 15, o Programa Antirracista para Pernambuco, com a candidata a vice-governadora pela federação Rede/Psol, Alice Gabino (Rede); o candidato a governador pelo PCB, Jones Manoel, a vice dele, Raline Almeida (PCB); e a candidata a deputada federal (Psol) Luiza Carolina. O debate será no Quilombo Urbano, centro da cidade, às 19h.

A ideia é gerar uma discussão que extrapole siglas partidárias sobre, entre outra coisas, a crise de representação nas eleições. “Apesar da resistência de vários segmentos organizados, o sistema barra candidaturas do povo preto, da diversidade, das Pessoas com Deficiência (PCD), dos indígenas. Essas pessoas acabam se juntando em coletivos para poder ter força, como as Juntas, que foi um movimento de disrupção”, esclareceu Alice Gabino.

Segundo Alice, o papel das candidaturas periféricas não é fazer com que o eleitor se limite a apertar os números deles nas urnas. “A ideia é entender a nossa função como figura pública, política em um contexto social”, explicou. De acordo com ela, das candidaturas ao governo do estado com pessoas pretas só há duas: Jones e Ubiracy Olímpio (PCO); e, como vices, ela, Raline e Anderson Isaias (PCO).

Alice lembra, ainda, que candidatos(as) pretos(a) das chapas não periféricas se declaram como pardos(as). “No Senado, por exemplo, há um único preto, o Esteves Jacinto (PRTD), mas que se declara pardo. Na hora de compor uma chapa, os partidos correm atrás do povo preto, porque tem que ter, mas na realidade, essas pessoas quando sentam na cadeira ou quando estão ocupando uma candidatura expressiva não fazem o dever de casa”, reclamou.

Na opinião de Alice, uma candidatura que foge a isso é da advogada pernambucana Robeyoncé Lima (Psol), co-deputada estadual no mandato coletivo Juntas e que, nas eleições deste ano, disputará o cargo de deputada federal, na tentativa de levar, pela primeira vez, a comunidade trans ao Congresso Nacional. “Ela agrega algumas caixas de minorias que eu enxergo como maioria: é preta, travesti e não nasceu em berço esplêndido”, acrescentou.

De acordo com a candidata, os recursos partilhados para esses segmentos são muito desleais. “O povo preto, por exemplo, não vai consegue ocupar de fato as cadeiras dos espaços políticos por conta de recursos, e não estou falando só do meu partido, mas de todos. A lógica do recurso só favorece os candidatos tradicionais”, protestou.

Quanto ao povo indígena, a candidata reclama que os partidos vão procurá-lo nas aldeias para filiá-lo, mas não querem colocá-lo como candidatos. “A única candidatura de indígena que conheço é a do Marcelo Pankararu (Rede/Psol) a deputado estadual. Pernambuco tem 16 povos indígenas e só uma candidatura indígena”, reclamou, acrescentando que essas pessoas também precisam ocupar espaços de poder.

Sobre o “aldeamento político”, movimento que defende a ocupação dos espaços de poder na política pelos indígenas para enfrentar pautas que ameaçam vidas e tradições, Alice faz uma comparação. “Imagine se as pessoas votassem naqueles que os representam de fato, como mulher votando em mulher, preto em preto, indígenas em indígenas, por exemplo? Mas eles não têm as mesmas paridades de armas para disputar. É preciso garantir equidade nas urnas”, reclamou.

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