Quem é Xica Manicongo? Conheça enredo da Paraíso da Tuiuti

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Trazida escravizada do Congo, Xica viveu no Brasil colonial no século XVI. Ela foi perseguida e punida por desafiar as normas impostas pela sociedade da época, tentando expressar a própria identidade de gênero. 

Ela foi denunciada por sodomia em 1591 à Inquisição, em Lisboa, segundo o pesquisador Luiz Mott, que redescobriu a história de Xica. Segundo a denúncia, Xica faria parte de uma "quadrilha de feiticeiros sodomitas" e resistia a usar roupas tradicionalmente masculinas. 

No enredo da Paraíso de Tuiuti, a escola explica que Xica foi vendida a um sapateiro, que insistia em mantê-la "sob as rédeas do cis-tema. Porém, aquelas vestes, aquelas calças, aquele nome, aquela fé, não a pertenciam". 

A pesquisa de Luiz Mott aponta que a 'denúncia' diz que Xica usava roupas em uma prática de "negros sodomitas que servem de mulheres pacientes". Ela foi denunciada e condenada a ser queimada viva em praça pública e os descendentes desonrados até a terceira geração. Para não ser morta, Xica deixou de lado a forma que se identificava para se comportar como homem. 

Até os anos 2000, Xica era apenas registrada pelo nome morto, Francisco do Congo. Ela foi definida como Xica por Majorie Marchi, presidente da Associação de Travestis e Transexuais do Rio de Janeiro. 

Xica Manicongo é considerada a primeira travesti não-indígena no Brasil porque entre diversos povos indígenas no país, há o registro de pessoas LGBTs na história. Xica chegou a acompanhar indígenas tibiras e çacoaimbeguiras, como tupis chamam gays e lésbicas. 

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