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Letícia Carolina destacou que o primeiro passo para a inclusão de pessoas, principalmente, trans no mercado de trabalho ou na educação é o respeito e aceitação da sociedade.
Escritora e ativista é a única mulher trans professora universitária do Piauí
A professora e mestre Letícia Carolina, da Universidade Federal do Piauí (UFPI), participou do quadro 'Vai um Cafezinho', do programa Piauí de Riquezas deste sábado (18), onde contou sobre o sucesso do seu livro e a importância da proteção de pessoas LGBTQIA+ para que esse público consiga ocupar novos espaços.
Letícia, como gosta de ser identificada, é a primeira mulher trans a ser professora de uma universidade no Piauí. Ela atua em Parnaíba, litoral do estado, e em Floriano, no Sul piauiense, mas mora na capital Teresina .
Primeira professora mulher trans de universidade do Piauí fala sobre lançamento de livro e apoio à LGBT+ no mês do orgulho — Foto: Reprodução
Segundo a pesquisadora, as principais dificuldades encontradas pela população trans no acesso à educação é a falta de preparação das instituições para receber esse público. Travestis e transexuais têm seu nome social desrespeitado inúmeras vezes em academias, segundo a professora Letícia.
MÊS DO ORGULHO LGBTQIA+
Para ela, um diferencial em sua formação foi o apoio da família em relação à sua identidade de gênero, o que não acontece com tanta frequência com outros LGBTQIA+.
Primeira professora mulher trans de universidade do Piauí fala sobre lançamento de livro e apoio à LGBT+ no mês do orgulho — Foto: Reprodução
Mesmo atuando constantemente no Piauí, Letícia também tem suas aulas conhecidas por todo o Brasil. A professora divide a vida da docência com uma agenda cheia de apresentações e palestras de seu livro 'Transfeminismo' (2021), publicado na coleção Feminismo Plurais, coordenada pela escritora Djamila Ribeiro.
Primeira professora mulher trans de universidade do Piauí fala sobre lançamento de livro e apoio à LGBT+ no mês do orgulho — Foto: Reprodução
"O livro tem me proporcionado conhecer inúmeros lugares. Este ano já fizemos apresentações em Fortaleza, Salvador, São Paulo. Então eu fico muito feliz de estar circulando e levando o Transfeminismo para vários lugares", afirmou a professora.
Segundo Letícia Carolina, o livro é o feminismo pensado a partir das vivências de travestis e transexuais. Para a professora a pergunta que movimentou e ainda movimenta todo o estudo é: eu não posso ser reconhecida como uma mulher? Eu não posso ser reconhecida como uma pessoa que tem uma identidade de gênero feminina?
Primeira professora mulher trans de universidade do Piauí fala sobre lançamento de livro e apoio à LGBT+ no mês do orgulho — Foto: Reprodução
Letícia também falou sobre como quando percebeu que sua voz poderia dar voz à outras pessoas LGBTQIA+, que são marginalizadas pela sociedade. A professora destacou que o primeiro passo para a inclusão de pessoas, principalmente, trans no mercado de trabalho ou na educação é o respeito e aceitação da sociedade.
"Tem um fato que é emblemático nesse processo de perceber o quanto eu era importante, até então eu não sabia: quando cheguei a Floriano, os alunos que eram gays e lésbicas daquela instituição me paravam nos corredores e diziam: 'professora, estou muito feliz que você está aqui' . Depois na rotina das redes sociais as conversas foram se repetindo: ´se você é professora travesti, eu como travesti também posso chegar nesse lugar?' Agora, por exemplo, as pessoas que estão me lendo/assistindo vão poder pensar: 'olha, aquela travesti é inteligente, é professora'. Então aquelas travestis que estão nas ruas se prostituindo, elas poderiam estar em outros espaços se a sociedade nos aceitassem", declarou Letícia.
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