Paranaense com tetraparesia é a primeira a se formar em medicina no Brasil - Estado de Minas

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Elaine Luzia dos Santos sentada em uma cadeira de rodas e usando jaleco, em um fundo brancoElaine Luzia dos Santos se torna a primeira pessoa com paraparesia a se formar em medicina no Brasil (foto: Reproduo/ Unioeste)

A paranaense Elaine Luzia dos Santos, de 33 anos, quebrou barreiras ao se tornar a primeira pessoa com tetraparesia a se formar em medicina no Brasil. A mdica se formou em maro deste ano e aprendeu a se comunicar com o olhar para completar o curso depois de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) em novembro de 2014.

Elaine se formou em farmcia, em 2010, pela Universidade Estadual do Oeste do Paran (Unioeste) e, depois de nove meses de atuao na rea, resolveu seguir o sonho de se tornar mdica. Prestou vestibular e voltou a Unioeste para cursar medicina. Tudo ia bem at que, no terceiro ano da graduao, sofreu um AVC em casa, que afetou a ponte do tronco enceflico, prejudicando os movimentos das pernas e dos braos, alm da fala.

Depois de se recuperar, Elaine no se deixou abalar pelas dificuldades impostas e seguiu seu sonho: aprendeu a se comunicar com o auxlio de uma prancha alfabtica e recebeu ajuda dos pais nas tarefas dirias. “Assim que ela saiu do hospital, ela entrou em frias e j demonstrou uma preocupao em como ficariam as disciplinas para finalizar o terceiro ano, e ela queria finalizar, na expectativa que ela tivesse uma melhora”, conta Elionsia Marta dos Santos, irm da mdica.

"A dedicao dela mostrou que era possvel, inclusive convenceu a todos os docentes e os alunos do curso que possvel"

Iv Jos de Paula, membro do Programa de Educao Especial da Unioeste

Inicialmente, integrantes do curso viram como invivel o retorno de Elaine graduao, porm, por meio do Programa de Educao Especial (PEE) da Unioeste, a estudante voltou s atividades acadmicas depois de quase um ano, em setembro de 2015. “Fizemos algumas reunies com o colegiado e mostramos que ela tinha condies de concluir esse curso. A dedicao dela mostrou que era possvel, inclusive convenceu a todos os docentes e os alunos do curso”, explica Iv Jos de Paula do PEE.

O processo de adaptao universidade foi nico,  uma vez que no havia precedentes no Brasil. Participava de todas as aulas, tanto tericas quanto prticas, com estruturas que a permitiam acessar os ambientes, e demostrava seu aprendizado. “O que mais chamou ateno foi o carinho com que os pacientes me tratam. Eles me incentivam todos os dias a continuar”, conta Elaine.

Elaine e colega da graduaElaine manteve todas as atividades da graduao, tericas e prticas, inclusive atendimentos (foto: Reproduo/ Unioeste)

Como especializao, a mdica pretende seguir a radiologia, na produo de laudos mdicos. “ uma rea que eu possa atuar usando todo o meu conhecimento sem depender tanto das pessoas”, afirma.

*Estagiria sob a superviso de Mrcia Maria Cruz 

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