
O Partido Comunista Brasileiro (PCB) lanou a pr-candidatura de Nina Rosa La, mais conhecida como Nina Espaguete, Cmara dos Deputados. Com 20 anos, ela a pr-candidata mais jovem a deputada federal de Minas Gerais.
Nina uma travesti negra, que nasceu em 2001, em Belo Horizonte, onde vive at hoje. J aos 12 anos, comeou a se interessar por poltica, uma vez que questes relacionadas LGBTfobia e ao racismo comearam a ser um incmodo e motivo de inquietaes pessoais. Atualmente, popularmente conhecida por “Espaguete”, apelido de luta que recebeu na capoeira.
Estudante do curso de Geografia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a pr-candidata catlica militante e luta pelas causas comunista, vegana e (trans)feminista. Em 2019, juntou-se Unio da Juventude Comunista (UJC) no movimento secundarista, j tendo participado de debates importantes no meio acadmico, como “Transfobia como obstculo para a construo de uma Universidade Popular: casos no meio acadmico”, organizado pelo Movimento por uma Universidade Popular (MUP) de Belo Horizonte.
A pr-candidatura de Nina Espaguete foi lanada juntamente com as de outras seis pessoas: Lvia Flor, Tuani Guimares, Jlia Rocha, Daniel Cristiano, Amaury Alonso e Thoms Carrieri. Nas redes sociais, as divulgaes comearam a ser feitas no incio deste ms.
Para Bruna Benevides, diretora da Antra (Associao Nacional de Travestis e Transexuais), a participao crescente de pessoas trans e travestis na poltica no um fenmeno, mas a consolidao de um projeto poltico do movimento trans.
Um relatrio da Antra mostra que, nas eleies de 2020, 30 pessoas trans saram vitoriosas do pleito. Tambm naquele ano, o Brasil registrou um recorde de pessoas LGBTQIAP+ eleitas: 78 ao todo.
“Pessoas trans e travestis so muito aptas a ocupar espaos polticos, e no se limitam a uma pauta de diversidade focada em questes de gnero, como direitos LGBTQIAP+. A educao, a reforma agrria, o enfrentamento do racismo ambiental, os direitos humanos, entre outras pautas que so transversais tambm vm sendo colocados na perspectiva dessas pessoas”, explica Bruna Benevides em entrevista Agncia Pblica de Jornalismo Investigativo.