MORDAÇA - 21/06/2022 - Notícia - Tribuna do Norte

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Vicente Serejo

serejo@terra.com.br

Divulgação

Hélio Schwartsman, um dos melhores e mais apurados textos do jornalismo que se faz neste Brasil patriótico, não aceita que se possa apenas desconfiar que o presidente Bolsonaro vai a qualquer hora tentar o golpe. Para ele, o capitão já está tentando. São claras, agora com os dedos dos generais do governo, as manobras voltadas para a desqualificação do processo eleitoral. O que já significa, por si só, visível flagrante de tentativa de ruptura constitucional. 

Os fatos, quando examinados e confrontados com as teorias e práticas do passado, são lentes para se enxergar uma realidade que muitas vezes parece embaçada por densos vapores emitidos como forma de encobrir a realidade. O nosso presidente, em que pesem seus tantos e tantos anos de vida parlamentar, e os mandatos dos filhos, todos sem o exercício anterior de alguma profissão, é ingrato com a liberdade, esteio de sua luta e sobrevivência a vida inteira. 

Os raciocínios nascem de referências. De um lado é o presidente eleito pelo voto, na plenitude dos seus poderes, que tenta, no prosaísmo de ideias golpistas, ameaçar as urnas e negar a legitimidade do processo eleitoral. Do outro, outra ameaça de golpe: a ideia fixa de Lula de regulamentar a liberdade. Toda regulamentação é uma forma de controle e, no caso de Lula, de censura, como se ao Estado coubesse dizer o que a sociedade deve ou não saber.

É monstruosa qualquer ideia de tutoria sobre a liberdade. Basta punir, com isenção, a quem usá-la contra a dignidade de alguém. Como propor, no estado democrático de direito, o arcabouço jurídico ir além dos crimes de calúnia, injúria e difamação? O regulamento é, sim, instrumento velado de força, fantasiado com as cores artificiais de bom costume, posto nos punhos de quem, de mãos para trás, esconde a mordaça com a qual deseja calar a sociedade. 

Na vida pública de um líder popular do porte de Lula é natural esbater-se de um lado e outro, entre amigos e inimigos, correligionários e adversários, afetos e desafetos. Ele sabe que a regulamentação é um gesto hediondo contra a liberdade de expressão. Um golpe. Mesmo que, na sua agudeza, o faça chegar via Congresso Nacional, pelas mãos de um Centrão qualquer, desses que se prestam a tudo, cobrindo o arpão golpista com o veludo cretino da cortina legislativa. 

Na sua visita pública a Natal, veio o sinal da intolerância canhestra, como se não fosse um pé-de-cabra: proibiu o acesso da imprensa e alegou o grave temor da insegurança. Qual insegurança? Nenhuma. Ou todos, no meio de uma multidão, estavam seguros, ou ninguém. E se há insegurança nas grandes e livres manifestações coletivas é só uma: não ter por perto, sempre, os firmes olhos vigilantes da imprensa livre, pois não tê-los, isto sim, é perigosíssimo. 

PANTIM - A CPI do preço dos combustíveis não vai resolver. E vai: tirar a culpa do governo e por nos ombros da Petrobrás. Quem tem as ações na bolsa está sob as oscilações do mercado.  

ATENÇÃO - Será apresentado amanhã, aos órgãos de cultura, turismo e empresários locais, ‘O Passeio do Pequeno Príncipe que propõe’, um roteiro inovador para o turismo natalense. 

IDEIA - Será no SESC Rio Branco, 8h30, apoio do Sistema Fecomercio. Tem a certificação da Lei Djalma Maranhão e inicia a fase de captação de recursos através de incentivo fiscal. 

TELONA - O romance ‘Macaíba em Alvoroço’, de Racine Santos, pode passar das páginas do livro para a tela grande do cinema. Uma informação ainda mantida longe dos noticiários. 

CRATERAS - A fiscalização da secretaria de obras não passa nas ruas da Redinha há muito tempo. Todas as ruas, com exceção da Central, estão esburacadas e suas galerias afundando.  

GALOPE - O quilo de filé, limpo e sem aba, vai num galope ligeiro e encosta perto dos três dígitos. Alguns pequenos açougues já não oferecem. A procura sumiu. Um retrato da inflação.  

OITENTA - A editora Bazar do Tempo presta homenagem nos 80 anos de Caetano Veloso, que nasceu em agosto: o livro ‘Objeto não identificado’, reunião de ensaios sobre sua poesia. 

OUTRA - A Companhia das Letras, selo que edita seus livros, encomendou ao poeta Eucanaã Ferraz um volume com as letras de suas quatrocentas canções. Para mostrar o poeta que ele é. 

AVISO - Não tem chovido forte, a ponto das águas correrem em de enxurrada. Ainda assim, cabe reconhecer que, até agora, as novas obras da Rua Vicente Farache têm resistido ao sol inclemente e às chuvas desses últimos dias. E sem apresentar fadiga e rachaduras. Ainda bem. 

BARBIE - Acredite, pacientíssimo leitor, que este cronista, vulgar e mundano como os bichos que andam pelas ruas, e pobre de qualquer requinte, nada é capaz de inventar: acaba de ser lançada nos EUA a primeira Barbie transexual. Ela que até hoje é a famosa boneca do mundo. 

MODELO - Segundo a nota oficial dos fabricantes, a decisão de lançar a Barbie transexual é para contribuir com a luta pela pluralidade de gêneros. Vem com um vestido vermelho, botas de salto alto, brincos, bem maquiada e cabelos longos. Deve chegar ao Brasil ainda este mês. 

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