Em 2021 uma passista roubou todos os olhares do CarnavaÉ do Rio de Janeiro. Em 2022 ela foi coroada rainha de bateria e, desde então, tem todos os olhares para os seus passos precisos e inovadores. É Mayara Lima, de 27 anos, que reina à frente do coração da Paraíso do Tuiuti.
O enredo da escola da Zona Norte do Rio vai contar a história de uma importante personagem do movimento LGBTQIA+ do país, Xica Manicongo, a primeira travesti do Brasil. Ela viveu em Salvador, na Bahia, e veio escravizada da África durante a segunda metade do século XVI.
"O desfile vai ser um momento épico. Não só para a escola, mas para o Carnaval. Estamos felizes em ser a escola que vai levar isso para a Avenida e é importante para mim viver essa geração que uma escola de samba traz Xica Manicongo como enredo e represente toda a comunidade LGBTQIA+ que tanto luta para conquistar seus direitos. Vou exaltar o nome de Xica Manincongo com muito orgulho", declarou Mayara.
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Para o desfile, a Paraíso do Tuiuti profissionalizou diversas pessoas trans e travestis para atuar no destile. "O mais importante é o trabalho de acolhimento e resgate que a escola teve com pessoas trans. As trouxemos para a comissão de frente, para serem destaques dos carros. A Tuiuti sempre teve as portas abertas para todas as pessoas, mas esse ano estamos muito acolhedores e essa é a essência da escola", ressaltou.
Mayara aposta que o enredo Quem Tem Medo de Xica Manicongo? se tornará assunto nos encontros entre amigos e nas casas das pessoas. "Acredito que o nosso desfile não será só um assunto do Carnaval, vamos furar a bolha através do desfile e de que tudo o nosso carnavalesco está pensando. Um enredo de tanta inteligência, cheio de riquezas. Quando sair mais da bolha será revolucionário", defendeu.
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Passista de profissão e cria da escola de São Cristóvão, onde fica a quadra, Mayara é considerada uma das figuras que, a cada Carnaval, renova o samba. "Sempre trago alguma coisa nova. Ano retrasado, no meu primeiro desfile de rainha, falamos sobre o carimbó e dancei. Ano passado foi jongo. E esse ano, é o Vogue, as batalhas de ballroom. Além do samba, tento sempre incluir alguma coisa que o enredo está me pedindo e não consigo deixar uma batida passar. Quero sempre trazer referências do enredo na minha dança. As minhas inovações sempre tem a ver com o enredo do ano", concluiu.
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