LIVE ÀS TERÇAS: Para especialista, a violência contra a mulher também é institucional – Agência AIDS - Agência AIDS

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Na terça-feira (15), a TV Agência Aids trouxe a live “Mulheres vivendo com HIV/aids e as violências: Qual é o papel do Estado?”, produzida dentro da 1ª Jornada de Mobilização Nacional do Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas – Em defesa da vida e das políticas públicas”(MNCP). A ação tem como objetivo ampliar o debate e a reflexão acerca das políticas públicas de saúde, em especial aquelas voltadas para o HIV/aids. 

A mediadora e assistente social Renata Souza abriu a conversa comentando que estamos longe de poder comemorar o 8 de março. “As mulheres ainda são alvo do machismo, da violência de gênero, do racismo e do preconceito. A luta por nossos espaços, corpos e vidas é diária. O machismo e o preconceito são estruturais, culturais, sociais e institucionais. Muitas vezes, as próprias mulheres reproduzem falas e ações machistas e que devem ser combatidas”.

Para Carolina Iara, escritora, poetisa e a primeira travesti e a primeira intersexo a ocupar uma vaga legislativa no Brasil pela Bancada Feminista do PSOL, como covereadora, “é desafiador falar do tema – o ódio que as mulheres sofrem -, e aí eu falo no sentido amplo, todas as mulheres, e como isso acaba sendo pior para aquelas que vivem com HIV. A gente precisa se distanciar daquela ideia universal da mulher com HIV ser uma mulher branca, dona de casa ou de classe média, que tem sua vida diária, suas posições. Quando falamos em mulheres com HIV, é preciso pensar na diversidade que existe entre nós. Você vai ter as mulheres negras, as LGBTs, aquelas que estão no ambiente urbano, as que estão no ambiente rural, que estão em diversos espaços”.

Ela relembra que as mulheres negras no século XIX não eram consideradas sequer humanas, eram pessoas escravizadas, subumanas e tiveram que lutar para serem reconhecidas. “Do mesmo modo, hoje, as mulheres trans e travestis também fazem essa luta. Eu faço parte desta luta. Tenho que lutar todos os dias para ser respeitada enquanto a mulher que eu sou. E não pensem vocês que o fato de eu ser covereadora muda essa perspectiva, não muda. Todos os dias eu tenho que lidar com o assédio, seja de outros vereadores ou na rua, em ambientes públicos, por ser uma mulher negra e, ainda por cima, trans.”

“Precisamos resistir a essas violências institucionais contra a nossa democracia, contra os nossos direitos conquistados, particularmente contra as mulheres, e aí a gente pode fazer um recorte: as mulheres negras, as mulheres pobres, as mulheres trans, as mulheres em situação de rua e as mulheres indígenas são as mais atingidas entre todas nós”, complementou a servidora pública e doutoranda em Saúde Pública na ENSP/Fiocruz, Katia Souto. “Porque a gente tem essa diversidade, essa pluralidade, mas a gente tem dentro do próprio componente chamado mulheres, dentro do próprio segmento social, as nossas diferenças de classe social, de raça, de cor, de orientação sexual, de identidade de gênero e isso também reforça as discriminações, infelizmente, e reforça sa violências”, afirmou. 

Assista abaixo a live na íntegra.

Redação Agência de Notícias da Aids

Dica de Entrevista:

Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas

Site: https://mncp.org.br/

Facebook: https://www.facebook.com/cidadas.posithivas

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