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Associação Nacional de Travestis e transexuais (Antra) aponta que trans e travestis pretas ou pardas são ainda mais vulneráveis. O dia 29 de janeiro é marcado pelo Dia da Visibilidade Trans.
Levantamento mostra que RJ é o terceiro estado do país com mais assassinatos de pessoas trans
Este sábado (29) marca o Dia Nacional da Visibilidade Trans, mas as celebrações ainda dividem espaço com o medo e a segurança para essa parcela da população.
Segundo a Associação Nacional de Travestis e transexuais (Antra), o Brasil é o país com maior número de assassinatos de pessoas trans e travestis do mundo. Entre 2008 e 2021, foram, em média, 123 assassinatos por ano. O Rio de Janeiro aumentou de 10 casos em 2020 para 12 em 2021 e ocupa a terceira posição do ranking.
À frente do estado fluminense está São Paulo, que contabilizou 25 assassinatos da população trans no ano passado e se manteve no topo da lista pelo terceiro ano consecutivo. A Bahia teve 13 casos e saiu da terceira posição para a segunda.
“Ele prefere um filho bandido ou ladrão, do que um filho gay, travesti ou trans”. Essas foram as duras palavras que Mayra Cardoso ouviu de seu pai ao ser expulsa de casa, aos 19 anos de idade. O motivo foi o preconceito que ele tinha por sua orientação sexual e de gênero.
Pessoas negras correm mais riscos
Mais de 80% das mulheres trans ou travestis mortas no ano passado eram pretas ou pardas. Segundo a Antra, a maioria das violências aconteceu em locais públicos. Colle Cristhine, que é travesti e negra, lamenta a vulnerabilidade que vive no dia a dia.
“A raça vem à frente do gênero. A gente sabe que quando a pessoa é preta, independente do gênero, ela vai sofrer muito mais, porque a sociedade foi enraizada sobre o racismo. Então, quando falamos de uma pessoa trans, sendo marginalizada e, ainda por cima, sendo preta, você vai estar à mercê”, reflete Cristhine.
Indianara Siqueira é transexual não binária, ou seja, não se importa se vai ser chamada de ela/dela ou ele/dele e ressalta que o movimento em busca dos direitos já existe há bastante tempo.
“Hoje as pessoas transgêneros têm direito ao nome, a gente levava mais de 20 anos para mudar o nome. Nós temos várias lutas que começamos há 20 anos e que hoje nós vemos os frutos dessas lutas”, ressalta Siqueira.
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