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Funcionários do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) denunciaram que estariam sofrendo pressão psicológica e vigilância na formulação da prova de 2021 do Exame Nacional do Ensino Médio – Enem.
Segundo informações do Yahoo, a “instrução” foi para que evitassem questões que envolvessem eventualmente incomodariam o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O presidente do INEP, Danilo Dupas, nega as acusações.
Eles não detalharam quais perguntas foram excluídas da avaliação deste ano, alegando que todas as informações acerca do Banco Nacional de Itens (o acervo de onde são tirados os conteúdos para o Enem) são sigilosas.
As queixas foram relatadas a deputados da Frente Parlamentar de Educação, que deve pedir uma audiência pública para detalhamento dos fatos. Um dos membros, o professor Israel Batista (PV-DF), protocolou uma denúncia contra Dupas na Comissão de Ética Pública da Presidência da República.
O documento cita que foram reportados pelos funcionários da autarquia: “censura ideológica nos itens da prova do Enem” e “sérios indícios de (…) critérios político-ideológicos, mediante proibição de determinados temas e pautas”.
As queixas foram relatadas a deputados da Frente Parlamentar de Educação, que deve pedir uma audiência pública para detalhamento dos fatos. Um dos membros, o professor Israel Batista (PV-DF), protocolou uma denúncia contra Dupas na Comissão de Ética Pública da Presidência da República.
O documento cita que foram reportados pelos funcionários da autarquia: “censura ideológica nos itens da prova do Enem” e “sérios indícios de (…) critérios político-ideológicos, mediante proibição de determinados temas e pautas”.
Dois dos 37 funcionários que pediram a exoneração do Inep última semana confirmaram ao portal g1 que havia um clima de intimidação e de medo na montagem da avaliação. “Alguns temas ficaram de fora porque desagradariam ao presidente – em uma lógica que a gente desconhece, em critérios que a gente desconhece. Nunca falaram esses critérios. É tudo velado.”
Servidores também relataram assédio moral ao deputado federal Felipe Rigoni (sem partido), da Frente Parlamentar Mista de Educação. E a situação não se dá somente na formulação das questões. Segundo ele, funcionários estão em licença médica devido ao ocorrido.
Em 2018, Bolsonaro comentou questão sobre dialeto dos travestis
Conforme informações do Catraca Livre, no ano em que foi eleito, Jair Bolsonaro se manifestou sobre o primeiro dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e atacou questão de português sobre linguagem própria das travestis, classificada por ele como uma “doutrinação desacerbada”.
“Um vexame você ver o que cai na prova do Enem, uma doutrinação desacerbada. Vou fazer o possível para fazer o Brasil diferente, construir e desconstruir o que foi feito até o momento. Não tenho implicância com LGBT, mas uma questão de prova que entra na linguagem secreta de gays e travestis não mede conhecimento nenhum”, afirmou Bolsonaro em entrevista ao Brasil Urgente, da Band, nesta segunda-feira, 5
Bolsonaro ressaltou que é preciso “fazer com que o Enem cobre conhecimentos úteis para a sociedade. Continua o Enem, mas tem que cobrar o que tem a ver com a questão do Brasil e da cultura”, disse ele.
Eduardo Bolsonaro ironizou questão
O deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro, também criticou a questão sobre a linguagem das travestis.
Em tom de ironia, Bolsonaro filho insinuou que o tema não agrega qualquer tipo de conhecimento ou concede “utilidade” para os estudantes em uma entrevista de emprego, por exemplo, justificou o parlamentar.
Prezados estudantes, quando vocês forem ser entrevistados para um emprego ou estiverem abrindo um empreendimento aviso: sexualidade, feminismo, linguagem travesti, machismo e etc terão pouca ou nenhuma importância. Portanto, estude também o que lhe deixará apto para a vida.
— Eduardo Bolsonaro 17 (@BolsonaroSP) 5 de novembro de 2018
Durante a aplicação do primeiro dia das provas do Enem uma das questões de linguagem, códigos e suas tecnologias versava sobre o “Pajubá” espécie de dialeto da comunidade LGBT – que engloba gays, lésbicas, bissexuais, transexuais e travestis.
Na questão, discorria-se sobre o dialeto que tem origem no iorubá, mas que ganhou adaptação, principalmente, pelas travestis.
A pergunta foi uma das mais repercutidas e celebradas pelos internautas que reconheceram a importância do tema em um exame a nível nacional. Por outro lado, simpatizantes da extrema direita rechaçaram o questionamento, apontado, inclusive pelo futuro presidente da República, como uma “doutrinação”.