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Na noite dessa segunda-feira (22), Marina Vergueiro conversou com Fernanda Melchionna pelo Instagram da Agência Aids. Fernanda é deputada federal pelo PSOL do Rio Grande do Sul, ex-candidata pelo PSOL à Prefeitura de Porto Alegre para eleições de 2020, é natural de Alegrete (RS) e a primeira parlamentar bibliotecária da história da Câmara dos Deputados. É feminista, ativista social, sendo referência na luta por transporte público de qualidade, moradia digna e popular, defesa do serviço público, defesa da leitura e educação de qualidade e combate aos privilégios dos ricos e dos políticos e a corrupção.
Os escândalos do governo Bolsonaro permearam os primeiros minutos da conversa: rachadinha, orçamento secreto, gabinete do ódio, covid-19 e fake News, entre outros. Marina lembrou que uma das primeiras ações do governo federal atual foi vetar uma cartilha de saúde e prevenção às ISTs voltada à população transexual. Alguns meses depois, o presidente declarou que as pessoas vivendo com HIV/aids eram uma despesa para os cofres públicos e, em seguida, ele submeteu o Departamento de IST/aids ao Departamento de Doenças Crônicas, “perdendo poder e autonomia arduamente conquistados durante o processo de redemocratização nos anos 90.”
Marina quis saber da deputada se as pessoas vivendo HIV/aids têm o respaldo dos deputados na Câmara que garantam a dignidade, saúde e acesso ao tratamento gratuito.
Fernanda explicou que existe na Câmara uma Frente Parlamentar, da qual ela também faz parte, de defesa das pessoas vivendo com HIV/aids e também das políticas de promoção e prevenção. “É muito grave, em primeiro lugar, porque o Bolsonaro desmonta as políticas públicas duramente conquistadas por uma geração anterior à nossa, como você bem lembrou. E a gente vê que está ampliando o número de infecções sobretudo na juventude. Claro, tem grupos mais vulneráveis, então a gente precisa de publicações, campanhas de prevenção bem delineadas, para conversar com esse público, com jovens, com a comunidade trans, com as trabalhadoras do sexo, as mulheres com mais de 50 anos de idade, muitas delas infectadas pelos maridos, pelo machismo dos maridos, em muitos casos”, respondeu Fernanda. “Então, ele desmonta as políticas de prevenção, a campanha de comunicação e juntou o departamento de aids com as doenças crônicas”, respondeu Fernanda. “Quando ele faz ilação da vacina com HIV/aids, primeiro é um crime de saúde pública, porque a gente precisa vacinar pra não ter a covid e não morrer. E segundo, é um crime com a população que vive com HIV/aids, porque recheia de estigma e, ao mesmo tempo, não trata do ponto de vista da prevenção e também da garantia de direitos para que se viva com direitos para que se viva com dignidade e com plenitude a vida”, criticou.
Na pauta da conversa, ainda estiveram o sucateamento do SUS, a inclusão de mulheres cis e corpos trans nos estudos clínicos de medicamentos e os altos índices de mortalidade por aids no Rio Grande do Sul, um dos maiores do país, ficando atrás somente do estado do Pará.
Assista o bate-papo na íntegra abaixo:
Redação Agência de Notícias da Aids