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Thomas Felipe desapareceu em junho de 2021 depois de uma corrida por aplicativo. Na última semana, o MP pediu o arquivamento do caso, com o fim das buscas e a família contesta a medida.
Thomas Felipe desapareceu após corrida por aplicativo — Foto: Divulgação
A família de um jovem transexual desaparecido há nove meses em São José dos Campos cobra respostas do judiciário. Thomas Felipe desapareceu em julho de 2021 depois de uma corrida por aplicativo. Durante a investigação, a Polícia Civil passou a tratar o caso como homicídio, mas o corpo da vítima ainda não foi encontrado. Na última semana, o MP pediu o arquivamento do caso, com o fim das buscas e a família contesta a medida.
Thomas está desaparecido desde julho de 2020, depois que saiu de casa para uma corrida por aplicativo. O caso foi registrado na Polícia Civil, que passou a investigar. De acordo com a polícia, no inquérito encaminhado à Justiça eles apontam que o caso teria sido de homicídio, depois de analisaram as trocas de mensagens no celular da vítima.
A suspeita é de que um homem tenha descoberto o caso que Thomas tinha com sua esposa. Na delegacia, o homem chegou a confessar o crime e apontar que havia deixado o corpo no rio Buquira, mas depois mudou a versão e, com advogado, disse que não havia envolvimento.
A polícia fez buscas por meses na região apontada pelo homem, mas não encontrou o corpo. Isso porque quando a vítima teria sido deixada lá estávamos no período de estiagem e o rio menos profundo. Agora, com as cheias da chuva, há trechos que nem é possível acessar.
Apesar disso, encaminhou o inquérito à Justiça como homicídio apontando o suspeito. Na última semana, no entanto, o Ministério Público pediu no processo o arquivamento da investigação pela falta de provas de que Thomas tenha de fato sido morto e o homem apontado fosse o autor.
Caso seja acatado pela Justiça, o pedido não só suspende a investigação do crime, como cessa as buscas pelo corpo da vítima. A família contesta a medida e pede que a Justiça mantenha a investigação para que possam dar ao jovem um enterro digno.
“Ele tem família, um filho de cinco anos que pede todos os dias por ele e que não consegue entender que perdeu o pai porque não teve despedida. Ele tem o direito de um enterro digno”, lamenta a irmã, Priscila Oliveira.
A família tem se mobilizado para pressionar que a justiça mantenha o caso em investigação. Nesta sexta-feira (18) vão se reunir em frente ao MP em São José dos Campos em protesto com amigos, parentes e associações que representam o público LGBTQIA+.
“Eles não podem tornar o meu irmão invisível, como se a vida dele não importasse. Nós queremos respostas, justiça já que não podemos tê-lo com a gente de volta”, comentou.
A reportagem do g1 acionou o Ministério Público, que não quis comentar o caso.
Thomas morava na Zona Leste da cidade com a mãe no bairro Jardim Pararangaba. Ele trabalhava em um pesqueiro de onde vinha a renda para manter o filho de cinco anos.
De acordo com a família, ele desapareceu no dia 15 de junho depois de passar o dia no hospital acompanhando a avó que estava doente e faleceu naquela tarde.
Horas depois, por volta das 19h, saiu de casa dizendo que iria entregar uma chave a um amigo e pediu uma corrida por aplicativo. Depois disso, ele não foi mais visto.
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